(AGÊNCIA SENADO) Baixos salários, alta rotatividade no mercado de trabalho, menor perspectiva de progressão funcional. Estas são algumas das características que os trabalhadores terceirizados carregam consigo, segundo estudo apresentado pelo economista Marcio Pochmann, nesta terça-feira (19), durante sessão temática sobre terceirização realizada no Plenário do Senado.
As considerações de Pochmann ocorreram em meio ao debate de projeto de lei da Câmara (PLC 30/2015) que regulamenta os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. Conforme advertiu, a aprovação desta proposta poderá jogar o país em uma situação paradoxal.
“Situar-se entre as economias mais avançadas do planeta e ter o funcionamento de seu mercado de trabalho retrocedendo ao período inicial da abolição da escravatura, quando nove a cada dez ocupados recebiam ao redor do piso salarial e viviam sem horizonte de progressão do padrão de vida”, afirmou o economista.
O estudo apresentado por Pochmann trouxe dados da terceirização em São Paulo a partir dos anos 1990. Concentração de remuneração na faixa de dois salários mínimos (76%); discrepância salarial entre mão de obra terceirizada e de contratação direta (55%); elevada rotatividade no emprego (64%) foram alguns das desvantagens reveladas.
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