Está sendo desenvolvida uma vacina experimental em combate ao vírus Ebola sendo produzida pela GlaxoSmithKline, ela não causou efeitos colaterais graves e gerou imunidade no organismo de todos os 20 voluntários saudáveis que fizeram parte da fase inicial de um estudo clínico, conforme cientistas publicaram na revista New England Journal of Medicine.
A experiência teve inicio em 2 de setembro e acompanhará os voluntários durante 48 semanas, e é destinada ao objetivo de avaliar a segurança da vacina. Mas a resposta imune nos proporciona a esperança de que será positivamente eficaz no combate a doença.
“O perfil de segurança é encorajador, assim como a constatação de que uma maior dose da vacina nos levou a crer que existe uma resposta imune semelhante àquela que protegeu completamente animais (de laboratório) do Ebola”, disse o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), doutor Anthony Fauci, que está orientando a experiência em Bethesda, Maryland.
A vacina intramuscular foi fabricada no NIAID e na Okairos, uma empresa de biotecnologia adquirida pela GlaxoSmithKline. Nela é contido o material genético de duas cepas do Ebola Zaire, sendo o maior causador pelo atual surto na África Ocidental e Sudão, mas nenhum vírus, por isso não pode causar a doença.
Por ser considerado um ato antiético expor os voluntários ao Ebola, os pesquisadores procuram diagnosticar se as candidatas a vacinas são eficazes na produção de anticorpos contra o Ebola e de células-T do sistema imunológico.
Os voluntários do estudo clínico tem idades entre 18 e 50 anos. Metade deles recebeu uma dose mais baixa e metade uma dose maior. Todos os 20 desenvolveram anticorpos anti-Ebola em quatro semanas, e os que tomaram uma dose maior proporcionaram uma produção de mais anticorpos.
O doutor Daniel Bausch, da Universidade de Tulane, considerou os resultados prósperos, mas alertou que antes que a segurança e eficácia da vacina sejam estabelecidas, ainda existem muitos desafios pela frente.
Outra vacina da GlaxoSmithKline, contra a cepa Zaire, está passando por testes de segurança na Inglaterra, Mali e Suíça, e outra da NewLink Genetics, sediada em Iowa, nos Estados Unidos, está sendo testada em Maryland.
Nesta semana, a Merck anunciou que comprará os direitos da vacina da NewLink por 50 milhões de dólares. Testes de uma vacina contra o Ebola da Johnson & Johnson deverão ter inicio em janeiro.
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