“Nunca pensei que conseguiria me dedicar à arte, de forma profissional”, revela
Hoje é muito mais fácil produzir e consumir arte. O que antes só poderia ser confeccionado utilizando telas, tinta e pincel, agora pode ser produzido em alguns clicks, usando aparatos digitais. A arte dos museus ganhou o mundo. Que tal visitar o acervo do Louvre agora, sem sair de casa? Você também pode se surpreender com o talento de anônimos navegando pela internet.
“Nunca pensei que conseguiria me dedicar só à arte, de forma profissional. Comecei fazendo cards de divulgação para páginas de dois amigos e acabei me encantando pela arte digital”, revela Sirley Souza. Formada em Letras e em Artes, Cinema e Audiovisual, Sirley divide o tempo entre a docência e a confecção das peças artísticas digitais. O sonho dela sempre foi fazer uma graduação em Artes Plásticas.
“Quando eu disse a meu pai que ia fazer Artes Plásticas, não esqueço sua reação. ‘Você quer ser artista? Artistas no Brasil são marginalizados. Você vai trabalhar com o que? Seja professora, ao menos no Brasil professor não fica desempregado’. Entendi a preocupação dele, a sociedade tem essa ideia errada do artista, acha que eles não trabalham, apenas se divertem. Mas essas palavras me impulsionaram a ter uma formação nas duas áreas que eu amo”, conta.
No começo, tudo não passava de um hobby. Na pandemia, as criações digitais usando técnicas de colagem se tornaram fonte de inspiração e renda. O isolamento social contribuiu para que Sirley se redescobrisse profissionalmente. A professora conseguiu unir os seus dois mundos, suas grandes paixões. Após se inscrever em um programa de oficinas com profissionais da área de arte digital, decidiu dedicar mais tempo a esse universo.
Em sala de aula, ela agrega nos conteúdos que passa para os alunos a importância das produções artísticas e culturais. “Sempre inseri as produções audiovisuais e artísticas nas minhas aulas. Gosto de despertar olhar dos alunos para a arte”, conta a professora.
Na sua página no Instagram, Sirley expõe criações que levam sua assinatura, mas trazem traços marcantes de cada cliente. “Pelo prazer de trabalhar com arte, comecei a fazer colagens com elementos diversos, de forma despretensiosa. No início, fazia apenas para amigos. A partir do que conhecia deles, produzia colagens que expressavam a personalidade de cada um. Aí começaram a aparecer pedidos de quem não conhecia, passei a cobrar um valor simbólico pelos trabalhos que faço. O melhor de tudo é que hoje trabalho por prazer”, celebra.
Com o incentivo dos amigos compartilhando suas criações na maior vitrine do mundo – a web – o interesse dos internautas só tem aumentado. “No começo, fiquei com vergonha de divulgar, mas meus amigos começaram a ver, elogiar e pedir novas criações com as fotos deles. Aí, foi sendo postado, compartilhado e o trabalho foi ganhando muita proporção”.
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