(ANSA) – Diversas manifestações foram organizadas nesta quinta-feira (8) por mulheres que pedem igualdade de direitos, fim da violência e do assédio sexual, em mais de 170 países.
Na Itália, Coreia do Sul, Chile, México, Argentina, Brasil e outros países milhares de mulheres foram convocadas a participar de marchas, protestos e greves hoje, data em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Entre as nações, a Espanha é a que, até o momento, registrou o maior engajamento. Nesta manhã, as espanholas iniciaram uma greve geral no país, sob o slogan “Sem nós, o mundo para”. O ato foi organizado por sindicatos e já causou a paralisação de mais de 300 trens.
De acordo com o Ministério dos Transportes, que controla a empresa ferroviária Renfe, apenas 65% do serviço está assegurado. O metrô de Madri, Barcelona, Bilbao, Valência e várias outras cidades também são afetados. A Comissão organizadora do protesto exige “uma sociedade livre de opressão sexista, exploração e violência”. “Não aceitamos pior condições de trabalho, nem receber menos que os homens pelo mesmo trabalho”.
Jornalistas do periódico “El país” também aderiram à paralisação e receberam apoio da empresa, que publicou um vídeo da redação sem mulheres nas redes sociais. Segundo um relatório do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), os salários das espanholas são inferiores ao dos homens em 13% e 19% tanto no setor público quanto no privado, respectivamente. Em defesa às mulheres, a atriz Penélope Cruz também cancelou os eventos públicos planejados e disse que faria uma greve “doméstica”. As prefeitas de Madri, Manuela Carmena, e a de Barcelona, Ada Colau, também estão apoiando a greve.
As duas maiores centrais sindicais da Espanha, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e as Comissões Obreras (CCOO) estão defendendo uma parada trabalhista de duas horas. Até o final da tarde são esperados diversos atos em prol dos direitos das mulheres no país, inclusive, o maior deles será no centro de Madri.
Itália
O movimento chamado “Non Una Di Meno”, liderado pela atriz italiana Asia Argento, uma das mulheres que denunciou o produtor de Hollywood Harvey Weinstein de estupro, será responsável pelo principal ato do país.
Além disso, nesta manhã já há centenas de mulheres participando de uma marcha nas ruas de Milão e Roma promovida por estudantes e pelo movimento de Argento. Durante o ato, algumas manifestantes jogaram ovos cheios de tinta rosa em bancos e lojas da região. “A maré feminista está de volta às ruas do mundo inteiro com a greve global das mulheres. A rejeição da violência masculina em todas as suas formas e a ira daquelas que não querem ser vítimas se transformará em um grito comum: de #metoo para #wetoogether.
Será uma greve feminista porque exigimos uma transformação radical da sociedade “, afirmaram os organizadores. Hoje, ainda estão programadas manifestações na Via Veneto e uma procissão da Piazza Vittorio à Piazza Madonna di Loreto.
Brasil
Centenas de movimentos feministas espalhados pelas cidades brasileiras convocaram manifestações, principalmente, em prol da “vida das mulheres”. Em São Paulo, haverá atos a partir das 16h na Paulista e na Consolação. Já no Rio de Janeiro, a concentração acontecerá na praça da Candelária. Em Belo Horizonte, o ato ocorrerá na praça da Assembleia, enquanto que em Brasília, as mulheres se reunirão no Museu da República.
Argentina
As argentinas farão o principal ato em Buenos Aires. A manifestação foi convocada por organizações feministas e da sociedade civil, além de partidos políticos. A marcha terá início na Plaza de Mayo e seguirá até o Parlamento. Nas cidades de Rosario, Córdoba, La Plata e Mendoza também serão palcos de reivindicações feministas. Chile A principal manifestação deverá ocorrer em Santiago, onde atos foram organizados por movimentos estudantis e de defesa dos direitos das mulheres.
Coreia do Sul
Centenas de sul-coreanas foram às ruas do centro de Seul aos gritos de “Me Too” (“Eu Também”, em tradução livre) fazendo referência à iniciativa criada em Hollywood para denunciar casos de abusos.
As mulheres se reuniram na praça de Gwanghwamun carregando cartazes em prol do movimento “With You” (“Com você”, em inglês), que também foi desencadeado no país na tentativa de apoiar as vítimas de abusos sexuais. México Grupos de direitos humanos e sindicatos vão fazer uma greve geral com duração de 16 horas para combater a desigualdade salarial e o a violência contra a mulher.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.