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Desemprego deve gerar aumento de informais e MEIs em 2022

Emprego informal já atinge 24,8 milhões de pessoas. Parte deve migrar para o MEI, principalmente com aumento no teto de faturamento para o próximo ano

Ainda que a aderência da vacina preveja uma retomada na economia do país, a projeção da equipe do Boletim Macro do FGV IBRE mostra uma lenta queda da taxa de desemprego em 2022, com uma desaceleração da retomada econômica de 4,9% este ano para 1,5% no próximo. O cenário preocupante de desemprego deve trazer ainda mais pessoas para o trabalho informal, como opção para conseguirem pagar suas contas. Assim, isso faz muitas pessoas abrir MEI.

Um estudo da consultoria Idados, baseado na Pnad Contínua do IBGE, mostra que, entre o segundo semestre de 2019 e o mesmo período deste ano, o número de brasileiros sem carteira assinada ou vínculo formal aumentou em 700 mil e atingiu 24,8 milhões de pessoas. Quase 14 milhões deles recebem até um salário-mínimo, um aumento de 2,1 milhões de trabalhadores nessas condições no mesmo período.

Com o emprego informal prometendo voltar a ganhar força, Marcelo Valentim, diretor administrativo da EuContabilizo Web, lembra que o modelo não é vantajoso nem para o governo nem para o trabalhador. “Ainda que traga mais autonomia e menos burocracia, o trabalhador informal acaba se eximindo dos direitos trabalhistas, como décimo terceiro salário, férias remuneradas, auxílio-maternidade e aposentadoria. Além disso, a variação da renda é muito alta, sendo outro ponto negativo quando falamos de um momento econômico instável como o que estamos vivendo”.

Nesse sentido, a modalidade que ganhará um foco maior como opção para os trabalhadores saírem da informalidade, terem os seus direitos garantidos e se legalizarem no mercado, será o MEI (Microempreendedor individual), por oferecer um baixo custo mensal de tributos e valores fixos. Só este ano houve um crescimento de quase 2 milhões de MEIs cadastrados no Brasil, segundo a Receita Federal, com cerca de 11 milhões em janeiro e mais de 13 milhões em dezembro de 2021, batendo o recorde de abertura de novos negócios no país.

O que também trará mais adesão à modalidade é a nova mudança implementada para 2022, onde de acordo com o Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2021, o teto máximo de faturamento pode sair de R$ 81 mil para mais de R$ 130 mi e permitirá a contratação de dois colaboradores. Deste modo, cada microempreendedor individual poderá receber na faixa de R$ 10,8 mil por mês.

Para Marcelo, é preciso trazer o empreendedorismo como opção para os trabalhadores informais através da conscientização sobre a modalidade, visto que muitos ainda têm dúvidas de como ela funciona. A desinformação e despreparação, até mesmo daqueles que já fizeram o cadastro, também pode ser combatida com a ajuda de contadores. “O contador pode esclarecer dúvidas, indicar os melhores caminhos e ajudar o microempreendedor a crescer de maneira significativa, além de mostrar as melhores práticas contábeis, alertar quanto aos erros frequentes cometidos, auxiliar na migração para o Simples Nacional ou mesmo dar baixa no MEI”, finaliza.

29% dos desempregados no Brasil buscam vaga há 2 anos

No terceiro trimestre, quase 30% dos 13,5 milhões de desempregados do Brasil estavam em busca de uma vaga havia mais de dois anos. É o maior porcentual de pessoas nessa situação em toda a série histórica iniciada em 2012, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Além disso, o emprego sem carteira assinada cresceu mais do que o trabalho com carteira em todas as atividades econômicas que abriram vagas em relação a um ano antes.

O estudo tem como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

A taxa de desemprego ficou em 12,5% no terceiro trimestre, segundo os dados da Pnad Contínua dessazonalizados pelo Ipea, ou seja, retirando do cálculo influências dessa época do ano. O resultado significa o menor nível desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2020, embora o contingente de pessoas em busca de emprego ainda tenha sido de 13,5 milhões.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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