Já anunciado na semana passada pela a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a bandeira vermelha patamar 2 – a mais cara do sistema -, irá passar de R$ 3,50 para R$ 5 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos a partir de novembro. Porém, devido a impostos cobrados (PIS, Cofins e ICMS) sobre cada conta de luz, os valores poderão ficar ainda maiores. No Rio de Janeiro o valor cobrado será de R$ 6,42 e em São Paulo chegará a R$ 5,96.
Essas taxas extras cobradas pela distribuidora Light poderão variar de 28,4% até 54% no Rio, em São Paulo, o valor da Eletropaulo varia de 19,2% a 41%. Segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, um consumidor que utiliza 500 KWh na sua residência, por exemplo, pagará só de bandeira 2 no estado do Rio de Janeiro, um valor de R$ 38,50 mais R$ 13,50 apenas de impostos. Já em São Paulo, o valor é de R$ 34,45 pela mesma faixa de consumo, R$ 9,45 em tributos.
A essa correção de valores na conta de energia se dá sempre que há necessidade da maior utilização das termelétricas, onde é gerada energia elétrica. O sistema de bandeira tarifária existe desde janeiro de 2015. Ele foi criado com o intuito de motivar o consumidor a fazer menos uso da energia elétrica, a fim de trazer economia ao bolso, visto que o custo na instalação industrial de energia está em alta no país.
O objetivo desse aumento é cobrir os gastos adicionais das distribuidoras pela necessidade de compra de energia das termoelétricas. Consumidores precisam ficar atentos, pois representantes dos setores responsáveis já informaram que em 2018 as taxas poderão subir novamente.
De acordo com o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, a conta de luz deverá ficar 3% mais cara em todo país no ano que vem. “Em situações de secas que estão batendo recorde, a energia está custando mais caro. E quem vai pagar isso é o consumidor. O problema é que estamos passando um período de seca extremamente severa”, disse Sales.
A estimativa de queda nas distribuidoras de energias era R$ 6 bilhões. Mas, com o aumento das taxas, esse valor deve fechar, até o final deste ano, em R$ 5 bilhões. “A questão que não quer calar é como tratar o problema do déficit. A distribuidora não tem responsabilidade nenhuma sobre este problema. Ficou no colo dela o déficit de R$ 6 bilhões. A resposta mais simples é: cobra do consumidor. Mas, não é bem assim”, explicou ainda o presidente.
Pensando no consumidor, Sales explicou ainda que a utilização do saldo da Conta de Energia de Reserva (Coner) poderia ser uma saída para minimizar o impacto que o consumidor vai sentir com todo esse aumento, mas que ainda assim, não cobriria as perdas.
Seca e o aumento de energia
Após cinco anos seguidos de volume de chuvas abaixo da média histórica, a seca do semiárido já é considerada a maior do século. O volume de água vem reduzindo nas principais hidrelétricas do país. Com isso, as termelétricas precisam trabalhar mais, oferecendo mais energia, para atender os brasileiros.
Neste ano, o país enfrenta novamente uma forte estiagem, que reduziu o volume de água armazenado nos reservatórios das principais hidrelétricas do país. Devido à necessidade de poupar essa água, o governo aciona mais termelétricas para atender à demanda dos consumidores brasileiros.
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