(ANSA) – Visivelmente irritado e com dedo em riste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou nesta sexta-feira (4) um pronunciamento inflamado à imprensa para responder as acusações que levaram a Polícia Federal a buscá-lo para um depoimento coercitivo durante a manhã.
Segundo o líder petista, o país está sendo vítima de um “espetáculo midiático que coloca como corrupção um barco de R$ 4 mil”. A frase faz referência ao barco comprado pela esposa de Lula, Marisa Letícia, para um sítio em Atibaia que o ex-mandatário diz ser de um amigo.
“É lamentável que uma parcela do poder judiciário brasileiro esteja trabalhando em associação com a imprensa”, declarou o ex-presidente, que está em um diretório do PT em São Paulo. Em meio a tapas na mesa e críticas à atuação da PF, Lula enumerou os principais programas de seu governo, lembrou seu passado pobre e disse que foram suas conquistas que o levaram a se tornar o “conferencista mais caro do mundo”, ao lado de Bill Clinton.
“Eu fui melhor do que todos eles que governaram esse país. Eu fui melhor do que todos os cientistas políticos, médicos e advogados que governaram esse país”, acrescentou. Para ele, as investigações da Lava Jato têm como objetivo “impedir” a presidente Dilma Rousseff de governar. “A elite brasileira é muito conservadora, ela tem complexo de vira-latas”, afirmou Lula.
O líder petista ainda acusou a PF de “nomear o criminoso” antes de apontar seus crimes e disse estar indignado pelo que fizeram com sua família e com seus “companheiros” do Instituto Lula. “Quero pedir desculpas a Marisa e a meus filhos por esse transtorno”, salientou.
O ex-presidente também afirmou que não sabe se será candidato em 2018, mas ressaltou que “essas coisas” aumentam o seu “tesão” de rodar o país para falar com o povo brasileiro.
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