Durante depoimento de delação premiada, o doleiro Lúcio Funaro afirmou que, em 2016, repassou R$ 1 milhão ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que ele comprasse votos a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
A polêmica e pesada declaração está em um dos vídeos da delação que se tornaram públicos nesta semana. O pedido, segundo Funaro, foi feito via celular, por um aplicativo que não armazena as mensagens no aparelho.
“Ele me pergunta se eu tinha disponibilidade de dinheiro, que ele pudesse ter algum recurso disponível pra comprar algum voto ali favorável ao impeachment da Dilma. E eu falei que ele podia contar com até R$ 1 milhão e que eu liquidaria isso pra ele em até duas semanas, no máximo”, relatou Funaro.
Ao ser questionado por uma procuradora sobre se Cunha teria dito expressamente que o dinheiro seria para comprar votos de deputados, Lúcio Funaro respondeu: “Comprar votos. Exatamente”.
https://www.youtube.com/watch?v=F5DCNvYXNJM
Em nota, Eduardo Cunha disse desmentir “com veemência” o teor da delação de Funaro e o desafiou a provar as acusações. “As atividades criminosas do sr. Lúcio Funaro foram feitas por sua conta e risco, não cabendo agora, para obter benefícios, atribuir sem provas a outros a sua cumplicidade”, disse.
Funaro não soube dizer quantos deputados teriam sido “comprados” com o dinheiro, mas citou um caso, que ele classificou de “hilário”.
“Tem um caso que é até hilário, mas um dos deputados que ele [Cunha] comprou e pagou antecipado, pelo que ele me disse, foi o Aníbal Gomes (PMDB-CE). E disse que tinha pago R$ 200 mil pro Aníbal Gomes votar favorável ao impeachment da Dilma. O que aconteceu? O Aníbal Gomes não veio no dia da votação, faltou, e isso aí era a mesma coisa que votar a favor da Dilma”, narrou Funaro.
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