A divulgação pelo site da Câmara dos Deputados dos áudios apagados por Joesley Batista e recuperados pela perícia da Polícia Federal gerou o início de uma crise entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Na sexta-feira (13), a Folha de S. Paulo publicou vídeos com a delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, que teria feito parte do esquema de lavagem de dinheiro dentro do PMDB. Um dia depois, no sábado, o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, afirmou sobre a publicação e disse que “o vazamento constitui um abjeto golpe ao Estado Democrático de Direito”.
Como os vídeos também foram postados no site da Câmara, Rodrigo Maia reagiu a fala de Carnelós e chamou, no domingo (15), o advogado de Temer de “incompetente e irresponsável” e disse que ele será processado por servidores da Casa.
Em nota, a Presidência da Câmara afirmou que os áudios não estavam sob sigilo. Segundo o documento, “como é possível depreender da leitura das decisões que encaminharam a denúncia e as cópias dos inquéritos à Casa, não há determinação de restrição de acesso a qualquer parte da documentação”.
Ainda no domingo, o advogado Eduardo Carnelós disse que desconhecia que os vídeos estavam no site da Câmara e afirmou que não teve a intenção de criticar Maia. “Jamais pretendi imputar ao presidente da Câmara a prática de ilegalidade, muito menos crime”.
O início da crise na semana em que a Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) vota a segunda denúncia contra Michel Temer, pode trazer dificuldades para o presidente.
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