O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, e o empresário do ramo de turismo Wagner Abrahão terão os sigilos bancário e fiscal quebrados.
Requerimento de autoria do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, senador Romário (PSB-RJ), pede que, no caso de Del Nero, as informações prestadas tenham como data inicial 12 de março de 2013, inclusive as de natureza sigilosa. As do empresário Wagner Abrahão devem ser referentes ao período de 17 de maio de 2007 a 31 de maio de 2015.
Abrahão é presidente do Grupo Águia, responsável pela logística de todas as viagens da seleção brasileira. Ele aparece como um dos beneficiários do contrato de patrocínio entre a CBF e a companhia aérea TAM.
“Marco Polo Del Nero deveria fazer como o Ricardo Teixeira [ex-presidente da CBF] e sumir. Como, a cada dia, surgem novas denúncias, vamos continuar investigando”, disse Romário, que pedu à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a indicação de um funcionário para auxiliar os senadores em trabalhos técnicos e investigativos.
Na reunião de hoje (20), a CPI aprovou convites para depoimentos do presidente do Vasco, Eurico Miranda, da procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, e do jornalista inglês Andrew Jennings. Também foram pedidas a órgãos de fiscalização e controle informações sobre todos os repasses feitos pelo Ministério do Esporte às confederações esportivas entre 2005 e 2015.
Um grupo de trabalho, formado por três senadores, irá aos Estados Unidos para ouvir Charles Blazer. Ex-dirigente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), Blazer está preso. Ele é considerado pelo FBI (Polícia Federal norte-americana) um dos mentores dos esquemas de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Ainda sem data definida, a CPI aprovou convites para ouvir os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Amaury Ribeiro Jr., Tony Chastinet e Leandro Cipoloni, autores do livroO lado Sujo do Futebol. Também serão ouvidos o deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP) e o ex-senador Geraldo Althoff, relatores de comissões da Câmara dos Deputados e do Senado que, entre 2000 e 2002, investigaram a corrupção e a má gestão no futebol brasileiro.
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