A CPI da Petrobras ouve os depoimentos de sete pessoas nesta terça-feira (29): dois empresários do setor petroquímico e cinco policiais federais.
Os policiais federais são os delegados Mário Fanton, Paulo Renato Herrera e Rivaldo Venâncio; e também os agentes José Eraldo de Araújo e Maria Inês Slussarek. Eles estão envolvidos em um caso investigado sob sigilo pela Polícia Federal: a descoberta de um aparelho de escuta na cela do doleiro Alberto Youssef em Curitiba (PR).
Em agosto, o delegado Fanton foi denunciado pelo Ministério Público Federal por calúnia e difamação, acusado de divulgar a informação de que o grampo era ilegal para tentar anular as provas obtidas pela Operação Lava Jato.
Em audiência anterior, o agente Dalmey Fernando Werlan, que foi denunciado com Fanton pelo mesmo motivo, foi ouvido sobre o caso em reunião secreta pela CPI da Petrobras, junto com o delegado José Alberto de Freitas Iegas.
Além de ouvir os policiais, os deputados da CPI querem ter acesso ao inquérito policial aberto pela Polícia Federal sobre o grampo, mas o pedido foi negado pela Justiça, sob a alegação de que a investigação não tinha relação com a Operação Lava Jato.
O deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA) protestou contra a decisão. “A capa do inquérito diz exatamente o seguinte: apurará violação de sigilo funcional e associação criminosa, denunciação caluniosa, corrupção ativa, violação de sigilo funcional praticado pelo delegado de Polícia Federal Paulo Renato de Souza Herrera e o agente da Polícia Federal Rodrigo Ganaso, os quais teriam confeccionado um dossiê com dados funcionais sigilosos e inverídicos sobre a investigação criminal denominada Operação Lava Jato”, afirmou.
Petroquímica
A CPI também pretende ouvir nesta terça-feira os empresários David e Daniel Feffer , ex-controladores da empresa Suzano Petroquímica, comprada pela Petrobras em 2007.
Os empresários foram convocados a pedido do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) para explicar o negócio. Segundo investigações da Operação Lava Jato, a petroquímica foi adquirida por duas vezes o valor de mercado da empresa.
Em depoimento à CPI, o empresário Auro Gorentzvaig disse que a operação foi feita para beneficiar a Odebrecht, controladora da Braskem, uma empresa que tinha como sócia minoritária a própria Petrobras. Gorentzvaig era dono da petroquímica Triunfo e se disse prejudicado com a operação.
David e Daniel Feffer pediram para a CPI adiar o depoimento por motivos religiosos, já que nesta terça os judeus comemoram o feriado de Sucot, que lembra o êxodo do Egito. O pedido foi negado semana passada pelo vice-presidente da CPI, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA).
As informações são da Agência Câmara Notícias
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