(ANSA) – A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (6) que realizou com sucesso o teste de uma bomba nuclear de hidrogênio. A notícia despertou ira da comunidade internacional, principalmente da Coreia do Sul, do Japão e dos Estados Unidos, e fez com que o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocasse uma reunião de emergência.
Um porta-voz do regime de Pyongyang disse que foi testada uma bomba de hidrogênio “miniaturizada”, a qual “eleva a potência nuclear” do país e fornece uma arma para a Coreia do Norte se defender de seus inimigos. De acordo com autoridades locais, o principal inimigo do país são os Estados Unidos e o teste nuclear teria sido autorizado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, no último dia 3 de janeiro.
“Se os EUA não violarem a soberania da Coreia do Norte, não usaremos a arma nuclear”, ameaçou um comunicado oficial do regime, citado por agências internacionais. Uma bomba de hidrogênio pode ser até 50 vezes mais potente que as tradicionais de urânio (chamadas de bomba atômica) e é mais difícil de ser produzida. As bombas de hidrogênio funcionam através da fusão de átomos em cadeia, enquanto as atômicas, de urânio, usam a fissão nuclear. Alguns especialistas sul-coreanos, no entanto, levantaram a suspeita de que a bomba seria atômica, e não de hidrogênio. Mas eles confessaram que serão necessários alguns dias, até semanas, para confirmar de maneira independentes os testes e a origem do artefato.
O teste de Pyongyang, se for confirmado por especialistas estrangeiros, será mais um incentivo para a comunidade internacional adotar novas sanções contra a Coreia do Norte nas Nações Unidas. O secretário das Nações Unidas para o Tratado de Banimento de Testes Nucleares, Lessina Zerbo, disse que, se confirmada, a ação da Coreia do Norte representa uma violação aos acordos internacionais e uma grave ameaça à paz e à segurança internacional.
Zerbo disse ainda que as normas contra testes atômicos têm sido respeitadas por 183 países desde 1996 e pediu para Pyongyang evitar novos experimentos e aderir ao tratado. “O nosso sistema de monitoramento internacional detectou um evento sísmico na península coreana com latitude 41,27 e longitude de 129,10”, comentou Zerbo. Mais cedo, os serviços sul-coreano e norte-americano de geologia tinham reportado um terremoto de 5,1 graus, provocado artificalmente, a 49 quilômetros a norte do condado de Kilju, onde geralmente são realizados testes nucleares da Coreia do Norte.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o teste é uma ameaça para a segurança. “Não podemos, absolutamente, permitir isso. Condenamos firmamente este teste”, criticou o premier a jornalistas. Por sua vez, o secretário britânico de Relações Exteriores, Philip Hammond, disse no Twitter que o teste é “uma grave violação das resoluções da ONU e uma provocação que condenamos sem reservas”. O presidente francês, François Hollande, também criticou o ato, definindo-o como “uma violação inaceitável às resoluções da ONU”. Ele pediu ainda uma “forte reação da comunidade internacional”. A agência de notícias chinesa Xinhua divulgou que Pequim, por meio do seu Ministério das Relações Exteriores, disse “se opor com firmeza” à bomba de hidrogênio.
Pyongyang já tinha tentado produzir e testar bombas nucleares em outras ocasiões. Em 2012, o regime disse ter enviado ao espaço um satélite com míssil de vários estágios. De acordo com especialistas, este míssil poderia ser utilizado para transporte de longa distância para testes nucleares. Antes do suposto teste nuclear de hoje, a Coreia do Norte tinha anunciado exercícios do tipo em 2006, 2009 e em fevereiro de 2013.
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