As regras do crédito consignado – empréstimo com desconto em folha e taxas menores do que a de outras modalidades – serão alteradas a partir de janeiro de 2022. A principal mudança é o montante do salário que pode ser comprometido com a dívida.
Até dezembro, os aposentados ainda podem usar até 40% de seus rendimentos da Previdência Social com pagamentos, sendo 35% com empréstimo pessoal e 5% com cartão de crédito. No ano que vem, volta a valer as mesmas condições de antes da pandemia: apenas 30% do seu salário pode ser investido no parcelamento e os mesmos 5% no cartão de crédito, ou um total de 35%.
O aumento da margem do consignado, por meio da Medida Provisória 1006/2020, foi uma das medidas tomadas pelo governo com o objetivo de mitigar os impactos econômicos gerados pelo novo coronavírus. A mudança vigoraria até o final do ano passado, mas o Congresso conseguiu prorrogar a medida até este mês, com a aprovação da Lei 14.131.
Outra alteração é a redução de prazos: em vez de poderem quitar a dívida em até 84 meses, o consumidor terá de pagar, no máximo, em 72 parcelas. Também será eliminada a suspensão de quatro meses para o pagamento dos empréstimos, com a manutenção dos juros vencidos.
Crédito está mais caro
Em função da última alta da Selic e da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), os juros dos empréstimos descontados de quem recebe pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem aumentar em janeiro. A decisão foi aprovada pelo Conselho Nacional do Seguro Social (CNPS) no início deste mês, a pedido dos bancos, por meio da Federação dos Bancos Brasileiros (Febraban).
Com o reajuste, a taxa máxima de juros do empréstimo pessoal passará de 1,80% para 2,14% ao mês. A taxa de juros do cartão de crédito será reajustada de 2,7% para 3,06% ao mês.
Atualmente, o Santander cobra taxa média de 1,71% ao mês sobre a folha de pagamento; e o Itaú cobra juros de 1,08% ao mês. A Caixa oferece atualmente uma taxa inicial de 1,55%; e, no Banco do Brasil, as taxas de juros variam de acordo com o relacionamento do cliente com a instituição.
Os contratos podem ser celebrados em redes de agências, contact centers, quiosques de autoatendimento, banco online ou por meio de aplicativos bancários.
Economista do Ibmec RJ, Bruno D’assis, disse em entrevista ao Extra que antes de pedir crédito é preciso colocar tudo na ponta do lápis para saber se o desconto no salário vai afetar o seu dia-a-dia.
“Se for um consignado, por exemplo, para comprar um carro, além de ter a renda diminuída, a pessoa vai ter novas despesas, como pagamento de IPVA, manutenção e combustível. É necessário tomar uma decisão consciente“.
E mais:
“Na medida do possível, os empréstimos devem ser evitados. Tirando o financiamento imobiliário, todas as taxas de juros são abusivas. Se a pessoa está precisando do dinheiro, entre pegar agora ou mês que vem, é melhor pegar agora. Mas, se não há necessidade, não recomendo pedir um consignado“.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.