Uma pesquisa publicada pela consultoria de mercado estadunidense Zion Market mostrou que o mercado global de Whey Protein valia US$ 8,2 bilhões (R$ 27 bilhões) em 2015 e é esperado para atingir US$ 12,4 bilhões (R$ 40,9 bilhões) até 2021, com crescimento médio de 7,2% de 2016 em diante.
O produto – a porção líquida do leite separada da coalhada – é um dos alimentos dietéticos mais populares do mundo hoje devido às facilidades de absorção pelo corpo e à presença de um perfil forte de aminoácidos. O Whey contém proteínas, carboidratos, vitaminas, gorduras e minerais e é usado para melhorar a síntese proteica dos músculos, permitir a queima de gorduras, fortalecer o sistema imunológico e desenvolver uma maior sensibilidade à insulina.
De acordo com a pesquisa, o mercado global de Whey Protein deve ter seu maior crescimento neste período devido ao aumento da porcentagem de pessoas mais velhas ao redor do mundo. Mais do que isso, a tendência de mais cuidados com a saúde e a demanda cada vez maior em academias são elementos que vão impulsionar as vendas do suplemento no futuro. Os dados ainda indicam que há uma geração jovem mais inclinada a praticar esportes e frequentar centros fitness, o que também sugere o consumo de Whey.
Por segmentos, o estudo mostra que as dietas suplementares são responsáveis pela maior parte do consumo do produto. Globalmente, 60% do mercado de Whey está envolvido com esse tipo de alimentação. Esse crescimento é principalmente atribuído por um comportamento característico de um público jovem e interessado em uma vida fitness. Em países em desenvolvimento, como Índia e China, os segmentos farmacêutico e clínico são esperados para experimentar um crescimento significante dentro desse período.
Em termos de receitas, a Europa possui o maior compartilhamento da indústria de Whey e está pronta para continuar dominando esse mundo até 2021: para a Zion, o público principal do suplemento – os jovens de academia – é uma maioria dos consumidores na região. É o caso da suíça Miriam Pouterra, que passa metade do ano no Brasil e a outra metade em Genebra, sua cidade natal. “Vou à academia quatro vezes por semana o ano inteiro. Quando estou no Brasil, é mais fácil substituir os treinos indoor pelas praias, pelas avenidas, já que o clima permite, e pelos parques. Na Suíça, por causa do frio, eu prefiro treinar em academias. Mas estou sempre com uma garrafa com Whey na mala”, conta ela.
Mas a Europa também tem um público de pessoas mais velhas que passaram a consumir o Whey sem desconfiança. Hoje, o continente possui 37% do mercado global do produto e, com um crescimento de 8,2% ao ano, deve chegar a 2021 como uma potência do setor.
Depois da Europa, vem os EUA, que possuem outros 32% de todo o mercado. No entanto, os estadunidenses têm um mercado maduro em termos de importação e exportação de Whey Protein. “A tendência de comidas saudáveis testemunhou um crescimento nos Estados Unidos e no Canadá nos últimos anos, o que demandou mais suplementos como esse”, diz um trecho do relatório. Além disso, o produto é consumido nos Estados Unidos também com o intuito de fornecer energia e saúde para consumidores que não têm tempo para uma dieta adequada cotidiana.
A Ásia, no entanto, é o grande mercado do futuro dos produtores de Whey: hoje, os países da região compartilham 21% do negócio global. Nos últimos anos, o aumento do consumo de fast food por pessoas com estilos de vida sedentários em economias em desenvolvimento asiáticas, como a China e a Índia, fez com que crescessem as taxas de indivíduos com doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. Como resultado, classes altas e médias desses países também devem perceber logo que suplementos alimentares servem como alternativas às drogas prescritas por médicos.
Na Índia, essa indústria é uma das que experimentam uma expansão mais rápida dentro dos mercados da região do Pacífico Asiático. De acordo com recentes relatórios, ela já vale cerca de US$ 2,2 bi (R$ 7,2 bi) e é projetada para crescer até 20%, para US$ 6,1 bi (R$ 20 bi) entre 2019 e 2020.
Consultorias internacionais se amparam nesses dados para mirar a Índia como um mercado em potencial: em um país com 1,2 bilhão de pessoas e em que 300 milhões estão em camadas socioeconômicas preocupadas com a saúde e o estilo de vida saudável, esses consumidores estão comprando mais suplementos e produtos naturais, cujos mercados já estão na casa dos bilhões.
Por outro lado, segundo dados da Foreign Agricultural Service, em 2012, o Whey Protein já era o principal produto importado dos Estados Unidos pela China entre os laticínios, com um volume de US$ 118 milhões de trocas comerciais. Naquele ano, os chineses consumiram 43 mil toneladas só de Whey – aumento de 258%. Para o Euromonitor, a aplicação do suplemento em vários ramos da indústria chinesa representa um enorme potencial.
Nos últimos anos, o mercado chinês está se consolidando como o maior consumidor desse produto no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Esse crescimento está ligado às maiores preocupações dos chineses com a aparência individual e, em particular, à expansão dos estilos de vida saudáveis e esportivos característicos do Ocidente.
Por fim, a América Latina segue com um mercado menor, mas com potencial de crescimento, de acordo com a Zion. Para a consultoria, isso acontece por causa da atração à vida fitness junto com uma alta das rendas das populações desses locais.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.