(ANSA) – Citando um discurso do papa Francisco sobre corrupção, a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de 56 anos, assumiu na manhã desta segunda-feira (18) o cargo deixado por Rodrigo Janot.
Ela é a primeira mulher no posto, em toda a história do Brasil. “Peço a proteção de Deus para que, nos momentos em que eu for colocada à prova, não hesite”, afirmou Dodge, focando seu pronunciamento em dois pontos: coragem e combate à corrupção.
A cerimônia de posse ocorreu em Brasília e contou com a presença do presidente Michel Temer, que embarca ainda hoje para Nova York, onde jantará com o republicano Donald Trump e discursará na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Adversário de Dodge, Janot, por sua vez, não compareceu e alegou que não fora convidado.
Ao discursar na cerimônia, Temer alfinetou a nova procuradora e o Ministério Público, advertindo que “a autoridade suprema” é a lei, e não as pessoas que ocupam os cargos. O peemedebista também alertou sobre os riscos de “ultrapassar os limites da lei”. “O poder não é nosso, é do povo”, comentou Temer, que sempre criticou Janot, acusando-o de desestabilizar a harmonia entre os poderes.
Nos bastidores, Dodge é vista como uma pessoa reservada, a qual, diferentemente de Janot, não deverá assumir o protagonismo na condução da Operação Lava Jato – encargo que ficará com o procurador José Alfredo de Paula Silva.
Raquel Dodge
Mestre em Direito pela Universidade de Harvard e no MPF desde 1987, Raquel foi uma escolha pessoal de Temer para o cargo. A procuradora terá de se equilibrar entre as pressões de Brasília e os grandes casos de corrupção envolvendo políticos.
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