A estimativa é que o “universo digital” consiga bater os 44 trilhões de gigabytes em 2020, o que excede nossas capacidades de armazenamento. A fim de compensar esta falta de espaço, os pesquisadores desenvolveram uma técnica que armazena informação digital dentro do DNA.
Embora a ideia já tenha sido testada antes, agora os pesquisadores têm codificado dados digitais de arquivos de imagem em uma sequência de nucleótidos de trechos de DNA sintético e reverteram o processo para recuperá-los sem perda de dados.
A nova técnica desenvolvida pela Universidade de Washington em Seattle, EUA, em conjunto com os pesquisadores da Microsoft poderia reduzir a necessidade de armazenar os dados digitais para um pequeno espaço em uma molécula de DNA. Desta maneira, é possível armazenar informações milhões de vezes mais compacta do que as tecnologias de arquivamentos atuais, informa o portal da universidade.
Em um documento apresentado este mês pela equipe de cientistas e engenheiros elétricos, é detalhado o funcionamento de um dos primeiros sistemas completos para codificar, armazenar e recuperar dados digitais em uma molécula de ácido desoxirribonucleico.
A equipe codificou com sucesso dados digitais de quatro arquivos de imagem nas sequências de monômeros orgânicos chamados de nucleotídeos, em fragmentos de DNA sintéticos. Para se ter uma ideia, o DNA é um polímero de nucleótidos, isto é, um composto que consiste em muitas unidades simples ligadas entre si, como um longo trem composto por vagões. No DNA, cada vagão é um nucleótido.
No entanto, a equipe descobriu não só como codificar os dados, mas também foi capaz de reverter esse processo recuperando as sequências corretas a partir de um conjunto mais amplo de DNA e reconstruir imagens sem perder um único byte de dados.
“A vida criou esta molécula fantástica de DNA que armazena de forma eficiente todos os tipos de informações sobre genes e como um sistema vivo funciona. É muito, muito compacto e muito resistente”, diz o co-autor do estudo, Luis Ceze. “Nós estamos essencialmente dando um novo propósito ao DNA para armazenar dados digitais -fotos, vídeos e documentos- para que durem centenas ou milhares de anos”, diz ele.
As moléculas de DNA são capazes de armazenar informação muito mais densas do que as tecnologias existentes para o armazenamento digital, explicaram os pesquisadores. Todos os dispositivos digitais de armazenamento que usamos -pen drives, discos rígidos, meios magnéticos e ópticos- degradam depois de alguns anos. Mas usar esse novo método irá preservar informações por séculos.
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