A comunidade científica está fazendo grandes avanços quando se trata de encontrar uma cura para o câncer. Um dos relatórios mais recentes da Universidade de Zurique – na Suíça, revelou a modificação de um vírus comum, que poderia combater tumores sem a necessidade de quimioterapia.
Os cientistas escolheram o adenovírus para o desenvolvimento do tratamento, por se tratar de um vírus pouco agressivo e causador de doenças respiratórias.
A ideia central é que esse agente se infiltre no tumor e promova a liberação de anticorpos – como as citocinas – para que as próprias células cancerosas atuem contra o tumor.
Dessa forma, o tumor se auto-elimina de dentro para fora e sem invadir órgãos ou tecidos saudáveis.
Esta última característica é muito importante para a área médica, pois as quimioterapias destroem as células de rápido crescimento, mesmo que sejam saudáveis e não tenham relação com o câncer.
Isso se reflete nos efeitos colaterais que diminuem ainda mais a qualidade de vida dos pacientes, como náuseas, vômitos, fraqueza, emagrecimento, queda de cabelo, entre outros.
Como as células ciliadas crescem rapidamente, felizmente esse efeito é quase sempre temporário e existem medidas para reduzi-lo (como as tampas de resfriamento).
Outro tecido afetado pelas quimioterapias é a medula óssea, pois tende a diminuir a produção de hemácias.
Com isso, surgem complicações como anemia, sangramento por falta de plaquetas ou infecções por falta de leucócitos.
O sistema digestivo também sofre com quimioterapias, porque o revestimento do estômago é danificado, afetando principalmente a capacidade de absorver nutrientes dos alimentos.
As feridas também podem aparecer na boca, porque as células dessa área ficam ‘inflamadas’ e incomodam ao comer ou beber.
As próprias drogas quimioterápicas viajam livremente pela corrente sanguínea, de modo que entram em contato com todos os órgãos e tecidos. É por isso que é tão fácil afetar partes saudáveis.
Em contraponto, usando o vírus modificado, sua localização poderia ser controlada para retê-lo exclusivamente na área do tumor.
Este novo avanço no tratamento do câncer é chamado de SHREAD e foi a Dra. Sheena Smith, da Universidade de Zurique, que liderou seu desenvolvimento.
Além disso, experimentos em camundongos com câncer de mama produziram resultados incríveis: SHREAD produz mais anticorpos, em comparação com as injeções da droga diretamente no tumor.
SHREAD também pode combater a Covid-19
Cientistas da Universidade de Zurique dizem que o SHREAD não servirá apenas para o tratamento do câncer, mas também pode ser a chave para ajudar os pacientes infectados pela Covid-19.
Essa ideia surgiu porque vacinas como a Johnson & Johnson, AstraZeneca, CanSino ou Sputnik V possuem vetores do mesmo vírus que a SHEREAD: adenoviral.
SHREAD pode ser transformado em um medicamento em aerossol que ajuda os anticorpos COVID a irem diretamente para os pulmões.
Desta forma, os custos do tratamento seriam reduzidos e o acesso aos medicamentos aumentaria.
Os estudos são bastante promissores, mas, ao que parece, o SHREAD tem mais de um benefício para o ramo médico. Compartilhe nos comentários sua opinião sobre este maravilhoso avanço científico.
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