Um grupo de cientistas americanos que criou os primeiros robôs vivos, ou xenobôs, a partir de células vivas de embriões de rã, descobriu recentemente que eles são capazes de se auto reproduzir.
Pesquisadores das universidades de Vermont, Tufts e do Instituto Wyss para Engenharia de Inspiração Biológica da Universidade de Harvard garantiram que se trata de uma forma completamente nova de reprodução biológica diferente de qualquer outra que a ciência tenha evidências em organismos animais ou vegetais. “As pessoas pensam há algum tempo que descobrimos todas as maneiras pelas quais a vida pode se reproduzir ou se replicar. Mas isso é algo que nunca foi observado antes” , disse o biólogo Douglas Blackiston.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (29), os especialistas revelaram que os biorrobôs conseguem encontrar células individuais, juntá-las na ‘boca’ e depois de alguns dias, obtêm novos xenobôs idênticos a eles, que uma vez liberados, também repetem o processo. “Com o design certo, eles se replicarão espontaneamente”, disse o cientista Joshua Bongard.
De acordo com Sam Kriegman, principal autor do novo estudo, inicialmente foram criados os xenobôs pais na forma de Pac-Man, que por sua vez “geraram filhos, que geraram netos, que criaram bisnetos, que geraram tataranetos”. “Temos o genoma completo e inalterado do sapo”, acrescentou o biólogo Michael Levin, “mas ele não deu nenhuma indicação de que essas células podem trabalhar juntas nesta nova tarefa” de reunir células separadas e transformá-las em autocópias funcionais.
Os pesquisadores comentaram que a replicação controlada, apesar de ser bem conhecida no nível das moléculas, nunca havia sido observada em células ou organismos inteiros. No entanto, garantiram que embora a descoberta possa gerar preocupação, ou mesmo terror em algumas pessoas, na realidade não deve ser vista como uma ameaça.
“O que representa um risco é a próxima pandemia; acelerar os danos ao ecossistema causados pela poluição; intensificar as ameaças da mudança climática”, disse Bongard. “Este é um sistema ideal para estudar sistemas autorreplicantes. Temos um imperativo moral para entender as condições sob as quais podemos controlá-lo, direcioná-lo, desligá-lo, exagerá-lo”, disse ele.
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