(ANSA) – Cientistas brasileiros descobriram a existência de pulmões no peixe celacanto, espécie considerada um “fóssil vivo” já que, até 1938, acreditava-se que ela estava extinta. A descoberta faz parte de um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), coordenado pelo biólogo Paulo Brito e publicado na revista científica “Nature Communications”.
Segundo os cientistas, os pulmões que existem nos exemplares vivos do peixe são atrofiados e não exercem nenhuma função no processo de respiração da espécie, que continua a ser através das brânquias. Mesmo assim, a novidade é de extrema importância, já que dá informações sobre como eram os antecedentes deste animal há cerca de 410 milhões de anos.
Estudos anteriores realizados com fósseis de celacantos já haviam provado a existência de “pulmões calcificados” no bicho. Com essa nova pesquisa, foi possível comparar a cavidade que deve ter alojado o pulmão dos fósseis com o tamanho dos “pulmões pélvicos” presentes nos peixes vivos e entender que, antigamente, esses órgãos eram maiores e mais desenvolvidos.
A partir dessa comparação, também foi possível começar a montar o quadro evolutivo da espécie e descobrir que seus representantes, atualmente encontrados em níveis bastante profundos dos oceanos, deviam viver em locais com profundidades menores em um passado remoto.
O Latimeria chalumnae, nome científico dado à espécie, foi descoberto na África do Sul, em 1938. Até esta data, acreditava-se que o peixe tinha sido extinto junto com os dinossauros. Atualmente, ele só pode ser encontrado no sul da África, na Indonésia e nas Ilhas Comores, enquanto antigamente podia ser visto em quase todo o planeta.
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