A edição 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade (PPL) será aplicada terça-feira (12). Mais de mil unidades de detenção espalhadas pelos 577 municípios do Brasil aplicarão as provas aos 32 mil presos que estão submetidos a penas privativas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade.
O objetivo da aplicação, é que os detentos maiores de 18 anos possam ter acesso à educação superior, já os menores serão apenas avaliados no Desempenho Escolar e Acadêmico ao fim do Ensino Médio.
No Distrito Federal, onde está localizado o Centro Educacional 01 de Brasília, pela educação do sistema prisional da região, o diretor Wagdo Silva chamou a atenção para a difculdade dessas pessoas a redação. “Observamos que os estudantes do sistema prisional têm muita dificuldade na prova de redação. Por isso, preparamos alguns aulões muito semelhantes aos que são oferecidos aos estudantes externamente, inclusive com professores que trabalham no Enem externo e têm muita experiência com a questão da redação”, explicou Silva.
Durante a aplicação das provas, a segurança e a atenção são voltadas da mesma forma para os presos. Agentes penitenciários ficam do lado de fora das salas de aula, em todo o tempo, observando tudo o que acontece. Mas, segundo o diretor, durante seus 15 anos de trabalho dentro da penitenciária, nunca houve problema. “Nunca vi relato de um problema sequer na aplicação das provas”, disse.
Acesso à universidade e ao mercado de trabalho
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a partir deste ano, o Enem PPL, assim como o Enem regular, também deixa de servir para a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio. Significa que os candidatos só poderão usar o resultado das provas para autoavaliação, para tentar uma vaga no ensino superior e para concorrer a vagas no mercado de trabalho, caso elas usem o desempenho no Enem como critério de seleção.
Ainda segundo o Inep, 197 mil pessoas presas e jovens sob medida socioeducativa já participaram do exame entre 2011 e 2016. O Enem PPL é uma iniciativa do Inep, em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Cidadania (Depen/MJC) e com a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
No primeiro dia serão aplicadas as provas de linguagens, ciências humanas e redação, com início às 13h30 e cinco horas e meia de duração. Na quarta-feira(13), as provas serão de ciências da natureza e matemática, com início às 13h30 e quatro horas e meia de duração.
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