As mulheres são as mais afetadas pela migrânea vestibular, síndrome caracterizada por crises de tontura que podem vir acompanhadas de dor de cabeça (antes, durante ou após a crise de tontura). Além da cefaleia pulsátil pode haver fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos.
Estatísticas mundiais mostram que 18% das mulheres sofrem com a doença, em especial pelas oscilações hormonais às quais são submetidas ao longo da vida (menarca, ciclo menstrual, pré-climatério, menopausa). A migrânea afeta 6% dos homens.
A migrânea vestibular é uma forma de enxaqueca que afeta o vaso do labirinto e ocorre por predisposição genética ou hereditária. Há uma redução súbita do fluxo de sangue para o sistema vestibular, que é o órgão responsável pelo equilíbrio. A chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Dra. Jeanne Oiticica, explica que nem toda enxaqueca é uma migrânea vestibular, mas toda migrânea vestibular é uma forma de enxaqueca.
Para se obter o diagnóstico preciso é necessário levar em consideração outras informações relevantes. “Se o paciente tem aura (pródromos ou sinais e sintomas que antecedem às crises e que sinalizam que a crise está por vir, por exemplo perda total ou parcial da acuidade visual, escotomas, formigamento, flashes luminosos no campo visual, escurecimento visual). Se existe cinetose (enjoo de movimento) associada. Quais foram os gatilhos da crise (privação de sono, alimentação, estresse, nervosismo, ansiedade)”, relata a médica otorrinolaringologista.
O diagnóstico é feito pela história clínica do paciente. Pode-se proceder a avaliação por meio de exames complementares como o de sangue, imagem, auditivos e vestibulares etc., com o intuito de buscar fatores gatilhos e causais associados. É importante buscar um profissional habilitado para o diagnóstico.
O tratamento inclui a correção dos gatilhos e fatores causais associados, medicamentos para tirar o paciente da crise aguda, além de remédios profiláticos que reduzem a frequência e intensidade das crises.
“Embora seja uma doença com fator hereditário e genético, evitar o abuso de determinados alimentos (doces, xantinas, chocolate, vinho, álcool, café), praticar exercícios físicos regularmente, beber bastante água, ter uma boa higiene do sono (evitar privação de sono), controlar os fatores estressores, de nervosismo e de ansiedade contribuem para a prevenção da doença”, indica Dra. Jeanne Oiticica.
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