Boa parte da população sofre com os sintomas de rinite alérgica. Estudos apontam que entre 15 e 30% são crianças com sintomas persistentes e de 25 a 50%, adultos com quadro recorrente. A estação mais agradável do ano, a Primavera, também pode trazer uma série de complicações para essas pessoas, já que o clima seco e as oscilações de temperatura deixam o sistema imunológico mais exposto às crises da doença.
O médico otorrinolaringologista Thiago Resende da Silva, da Santa Casa de Mauá, lembra que a rinite é uma inflamação da mucosa de revestimento nasal e que o ideal é estar atento à prevenção.
A patologia é caracterizada pela presença de um ou mais sintomas, como a obstrução nasal, espirros, prurido e hiposmia – perda parcial do olfato. Diversos fatores podem desencadeá-la e a mais comum no Brasil é provocada pela proteína eliminada nas fezes do ácaro. A poeira doméstica, que consiste em uma mistura de substâncias como escamas de pele humana, pelos de animais, restos de alimentos, estofamentos, fibras de tecidos, bactérias, mofos e bolores, alimentam os ácaros que vivem nesse ambiente.
A rinite alérgica também pode ser desencadeada ou agravada pela exposição a aeroalérgenos, a mudanças bruscas de clima, inalação de odores fortes, inalação de ar frio e seco e ingestão de anti-inflamatórios não hormonais em indivíduos predispostos.
Segundo o especialista, a melhor prevenção é manter-se afastado do alérgeno e como nem sempre é possível, principalmente no caso da poeira domiciliar, a melhor alternativa é ministrar medicamentos que reduzam a inflamação e controlem os sintomas. “Dependendo da intensidade dos sintomas, é indicado o uso de vacinas, a chamada imunoterapia”, explica.
Uma boa dica é evitar tapetes, carpetes, cortinas e almofadões, além de dar preferência aos pisos laváveis e cortinas do tipo persianas ou de material que possa ser limpo com pano úmido. A atenção deve ser redobrada nos quartos, pois as camas e berços não devem ser colocados junto à parede. Procure retirar do cômodo os bichos de pelúcia e estante de livros; evite spray ou sachês; não use inseticidas; troque os travesseiros de paina ou penas pelos de espuma, os quais devem estar envoltos em material plástico. Esta última orientação serve também para o colchão, já que esse procedimento ajuda a sua limpeza com pano úmido. As vassouras e espanadores de pó devem ser substituídos por pano úmido antes do uso de aspirador de pó.
“O mofo e a umidade, principalmente no quarto de dormir, precisam ser combatidos e uma solução de ácido fênico a 2,5% pode ser utilizada nos locais mofados, até que uma medida definitiva seja tomada”, ensina o médico.
Os cuidados pessoais também exigem atenção. Por isso, evite talcos, perfumes e banhos extremamente quentes e as roupas, que têm pouco uso, devem ser arejadas e, se possível, lavadas antes do seu uso. Procure ainda não fumar dentro de casa.
“Como a rinite é uma doença crônica, o sucesso do tratamento está totalmente ligado à adesão do paciente quanto à administração dos medicamentos e mudanças comportamentais”, finaliza o médico otorrinolaringologista Thiago Resende da Silva.
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