(ANSA) – Centenas de cartas enviadas pelo papa João Paulo II para a filósofa norte-americana de origem polonesa Anna Teresa Tymieniecka foram reveladas em um documentário da emissora britânica “BBC” – que irá ao ar na noite desta segunda-feira (15).
Os documentos mostram uma amizade “intensa”, mas não mostram evidências de que o religioso tenha rompido o voto de celibato feito ao se tornar padre. As correspondências iniciaram-se em 1973, quando ele ainda era o arcebispo de Cracóvia Karol Wojtyla.
A primeira carta enviada pela norte-americana tinha como objetivo o debate sobre um livro publicado pelo religioso. Desde então, uma série de documentos foram trocados entre os dois e vários encontros para debates filosóficos foram realizados. Os primeiros escritos apontam uma comunicação “mais formal”, que foram ficando mais “íntimos” ao longo do tempo, segundo a emissora britânica.
Fotografias que aparecerão no documentário ainda mostram uma face completamente desconhecida de Wojtyla, com imagens de passeios em bosques e em momentos de relaxamento. Segundo o jornalista que encontrou os documentos, Edward Stourton, as cartas são uma “janela extraordinária sobre a vida privada de uma das pessoas mais importantes da história” e mostram que eles eram “mais que amigos, mas menos que amantes”.
Apesar do conteúdo só ter sido revelado agora, a troca de mensagens já era conhecida do Vaticano – e não são as primeiras do Pontífice com mulheres. O caso mais famoso foi revelado em 2011 sobre a amizade de Wojtyla e da psiquiatra Wanda Poltawska.
Há cinco anos, o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, havia afirmado que não havia “nenhum problema” com as correspondências entre o Papa e Poltawska. “Conhecíamos aquelas cartas antes que fossem publicadas e foram todas atentamente avaliadas. Não há nenhuma sombra sobre o sacerdócio de Wojtyla”, afirmou Amato na época.
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