Ao visitar nesta terça-feira (10) à tarde, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, as obras da Linha 4 do Metrô, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo não vai tolerar prejuízos à economia por causa da paralisação dos caminhoneiros, iniciada ontem (9) em alguns estados.
Dilma Rousseff afirmou que “interditar estradas, comprometer a economia popular, desabastecendo de alimentos ou de combustíveis, têm componentes de crimes já previstos. O que iremos impedir é qualquer prejuízo à economia popular, caracterizado pelo abastecimento de todo o país, às atividades econômicas e ao tráfego de combustível, que é essencial para vários setores. Isso não será permitido. Obstruir é crime. Afetar a economia popular é crime.”
A presidenta destacou que uma coisa tinha que ficar bastante clara. “Reivindicar é um direito de todo mundo. Há muito tempo, reivindicação no Brasil não é crime. Construímos a democracia para não ser crime. Agora, o Brasil é um país responsável.”
De acordo com a presidenta, as pessoas se manifestarem é algo legal, próprio da democracia e faz bem ao país e à sociedade. “Então, todos nós somos obrigados a cumprir a lei, principalmente as pessoas que exercem a faculdade de fazer a lei ser cumprida.”
Multa
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou hoje (10) que o governo vai aumentar as multas para quem fizer interdições de rodovias e organizar as manifestações. Segundo o ministro, uma medida provisória (MP) será publicada amanhã (11) com as novas regras.
A MP vai introduzir um novo artigo no Código Nacional de Trânsito estabelecendo multa de R$ 5.746 para quem deliberadamente interromper, restringir ou perturbar a circulação de vias e de R$ 19.154 para quem organizar as manifestações. Em caso de reincidência, o valor cobrado será o dobro. Atualmente, a multa é R$ 1.915.
Além da multa, haverá a suspensão de dirigir por 12 meses, a apreensão e a remoção do veículo e o recolhimento do documento de veículo. Quem receber essa multa, também ficará proibido por dez anos de receber crédito incentivado para aquisição de veículos.
O ministro também determinou que a Força Nacional de Segurança Pública reforce a segurança das rodovias afetadas pelas manifestações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o líder do Comando Nacional de Transporte, Ivar Luiz Schmidt, o movimento quer a saída da presidenta Dilma Rousseff da Presidência e tem o apoio de grupos como o Movimento Brasil Livre e Revoltados Online. O líder dos caminhoneiros reclama ainda da falta de diálogo com o governo e da demora em dar início à negociação.
O movimento pede que o governo atenda à pauta apresentada em março. Eles criticam ainda a atual situação econômica do país.
Segundo Cardozo, as paralisações de caminhoneiros diminuíram de ontem para hoje. Dados da PRF de ontem, às 19h, registraram 49 pontos de obstrução de estradas. Hoje, às 19h, são 14 bloqueios em Tocantins, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná, de acordo com o ministro.
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