A Câmara dos Deputados deve decidir nesta quarta-feira (25) se aceita ou não o prosseguimento da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Os governistas já começaram as articulações para garantir um quórum alto para a votação. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), membro da tropa de choque de Michel Temer na Câmara, disse que cabe a oposição colocar a maioria no plenário para a votação, mas admitiu que o governo trabalha para que os deputados estejam em Brasília na quarta-feira. A votação só poderá ser iniciada com a presença registrada no painel de, no mínimo, 342 parlamentares. Perguntado por jornalistas sobre possíveis exigências de siglas do chamado‘centrão’, Perondi desconversou.
“O ‘centrão’ ele não existe mais. O ‘centrão’ existia sob a liderança do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Eu não vejo o ‘centrão’ como grupo aqui, hoje não existe mais o ‘centão’ como grupo. Têm deputados da base do governo, partidos da base do governo, alguns líderes que se manifestam.”
Para alcançar o número de votos necessários para barrar o prosseguimento da denúncia na Câmara, o governo tem oferecido cargos para membros de partidos como PP, PR e PTB.
A oposição que alcançou um maior número de votos na análise da denúncia na CCJ, espera também conseguir um resultado melhor no plenário. Alessandro Molon (REDE-RJ) avalia que já existem cerca de 300 parlamentares dispostos a votar a favor da denúncia contra o presidente.
“O governo já teve um resultado pior do que esperava. Lá no plenário o resultado será ainda pior para o governo. Os votos contra o relator vão crescer muito e nós estimamos já estar chegando em algo em torno de 300 votos contra o parecer do relato e, portanto, a favor do prosseguimento da denúncia.”
Na quarta-feira, depois de iniciada a Ordem do Dia, o relator da denúncia na CCJ, deputado Bonifácio de Andrada, terá 25 minutos para defender seu parecer. Em seguida, falarão os advogados de defesa do presidente Temer e dos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. Ambos citados na denúncia por organização criminosa.
Os deputados inscritos para discutir a matéria terão cinco minutos, alternando-se entre contrários e favoráveis ao parecer. São necessários, ao menos 342 votos, para que a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a iniciar as investigações contra o presidente da República e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
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