(ANSA) – Em meio ao colapso hospitalar e uma sequência de recordes negativos nos números da pandemia de Covid-19, o Brasil ultrapassou nesta quarta-feira (24) a trágica marca de 300 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus Sars-CoV-2.
Com a falta de uma coordenação clara nas medidas de combate à doença, hospitais lotados, unidades de terapia intensiva sem leitos, escassez de insumos e atrasos na campanha de vacinação, o país registrou 1.999 óbitos em 24 horas, elevando o total de vítimas para 300.675.
O trágico número é atingido um dia depois do Brasil perder a maior quantidade de pessoas para a doença desde o início da emergência sanitária. Ontem (23), foram 3.251 mortes.
A média móvel em sete dias de falecimentos também tem registrado patamares recordes, com 2.271 vítimas. Já em relação aos casos, o Brasil diagnosticou mais 89.414 pessoas em um dia e somou 12.219.433 contágios no total.
A taxa de incidência da Covid-19 está em 5.814,7 brasileiros a cada 100 mil cidadãos, enquanto que a letalidade está mantida em 2,5%. Entre os estados mais afetados estão São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
Os números de hoje poderiam ser ainda maiores se o ministério da Saúde não tivesse anunciado uma mudança no sistema de notificação, exigindo mais dados sobre as vítimas, o que causou atrasos nos registros de mortes.
A alteração reduziu o número de óbitos em diversos estados, como é o caso de São Paulo, que notificou 281 mortes após ter registrado 1.021 no dia anterior.
As modificações, no entanto, não duraram muito tempo. Nesta tarde, a pasta afirmou que “foi suspenso o preenchimento obrigatório de alguns campos de identificação”.
O Brasil vive o pior momento da pandemia e é o epicentro da doença em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
No ranking mundial, o país liderado por Jair Bolsonaro aparece na segunda posição com mais mortes e casos, atrás apenas dos Estados Unidos. Desde março de 2020, quatro ministros já passaram pelo comando do Ministério da Saúde.
O cardiologia Marcelo Queiroga iniciou seu mandato hoje e, em seu primeiro pronunciamento, disse que sua meta é vacinar 1 milhão de pessoas por dia, mesmo não explicando como fará isso. Até agora, o Brasil já imunizou com duas doses apenas 2,09% da população.
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