Um relatório do governo federal aponta que 37% da água tratada para consumo é desperdiçada antes de chegar às torneiras. Problema ocorre, principalmente, devido às falhas das tubulações. Os dados, referente a 2013, que constam no Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades, culpam também fraudes e ligações clandestinas.
Em 2008, 41,1% da água captada e tratada era perdida. Em 2012, índice foi de 36,9%. Em São Paulo, que vive a pior crise hídrica de sua história, o desperdício é equivalente à produção atual do sistema Cantareira, que opera com cerca de 5,6% de sua capacidade.
Os números, que são os mais recentes, indicam que o desperdício permanece acima do percentual indicado pelo Snis, que é abaixo de 20%. Entre as principais causas apontadas para o desperdício estão os vazamentos em adutoras, nas redes, nos ramais, em conexões e nos reservatórios das prestadoras de serviço responsáveis pelo abastecimento.
As regiões Norte e Nordeste apresentam a maior taxa de desperdício, com 50,8% e 45%, respectivamente, seguidas do Sul (35,1%), do Centro-Oeste (33,4%) e do Sudeste (33,4%).
O relatório aponta a necessidade de melhoria na gestão e modernização dos sistemas por parte das empresas responsáveis pelo abastecimento de água para garantir a sustentabilidade do serviço. “Em tempos de escassez hídrica, a gestão de perdas de água tem papel fundamental nas ações estruturantes nos prestadores de serviços.”
Entre as unidades federativas com menor índice de perdas estão o Distrito Federal e Goiás, com 27,3% e 28,8% de desperdício, respectivamente.
Situados na faixa entre 30% e 40%, estão 12 estados: no Norte, o Tocantins; no Nordeste, a Paraíba, o Ceará e o Maranhão; no Sudeste, o Espírito Santo, Minas Gerais, o Rio de Janeiro e São Paulo; no Sul, o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul e, no Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul.
Na última faixa, maior que 40%, restaram 13 estados: no Norte, o Acre, o Amazonas, o Amapá, o Pará, Rondônia e Roraima; no Nordeste, Alagoas, a Bahia, Pernambuco, o Piauí, o Rio Grande do Norte e Sergipe; no Centro-Oeste, Mato Grosso. O Amapá tem o pior índice de desperdício, 76,4%, seguido por Roraima, com 59,7%.
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