(ANSA) – O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (8) a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, que será substituído pelo professor e economista Abraham Weintraub.
A saída de Vélez, que já era dada como certa havia semanas, foi confirmada pelo mandatário em seu perfil no Twitter. “Comunico a todos a indicação do professor Abraham Weintraub ao cargo de ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Vélez pelos serviços prestados”, escreveu Bolsonaro.
O presidente havia prometido uma decisão sobre o MEC para esta segunda-feira, em meio às polêmicas que fizeram Vélez ser cada vez mais questionado no cargo, principalmente pela ala militar. “Está bastante claro que não está dando certo. Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão”, afirmou Bolsonaro na última sexta-feira (5), durante café da manhã com jornalistas.
A última crise criada pelo agora ex-ministro surgiu por causa de sua intenção de revisitar a história do golpe militar de 1964 nos livros escolares, medida vista como uma tentativa de agradar a Bolsonaro e se segurar no cargo.
Além disso, Vélez chegou a pedir que escolas filmassem alunos cantando o Hino Nacional e chamou brasileiros de “canibais” quando viajam ao exterior. O MEC passa por uma intensa “dança das cadeiras” nas últimas semanas, em função de uma disputa por influência entre seguidores de Olavo de Carvalho, militares e técnicos da pasta.
Essa é a segunda troca no governo Bolsonaro em pouco mais de três meses, após a demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência.
Novo ministro
Abraham Weintraub atuou no período de transição de governo como responsável pela reforma da Previdência, ao lado de seu irmão, Arthur.
Weintraub, que não tem experiência de gestão no setor educacional, trabalhou por 18 anos no Banco Votorantim e por 14 meses na Quest Investimentos. Atualmente, segundo seu perfil no Linkedin, ele é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor-executivo do Centro de Estudos em Seguridade.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo em agosto passado, Weintraub chegou a dizer que o Brasil estava sob risco de uma “tomada de poder por grupos totalitários socialistas e comunistas” e se definiu como “humanista, democrata e liberal”. “Lemos a Bíblia e a temos como referência”, declarou na ocasião, se referindo também ao irmão.
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