Você sabia que a quantidade de saliva produzida pode dizer muito sobre como anda a saúde de uma pessoa? Pois é. Em condições normais, nossas glândulas salivares produzem entre um litro e um litro e meio de saliva por dia. Uma contagem inferior a essa quantidade pode ser indicativo de problemas.
Além de água, a saliva contém enzimas minerais, aminoácidos e outras substâncias que protegem a boca da proliferação de bactérias e vírus. Essa é a função protetiva. Mas a saliva também é de extrema utilidade na digestão dos alimentos, na limpeza dos dentes e fala.
“A baixa produção de saliva ou até mesmo a interrupção dessa produção podem promover o que é chamado de ‘boca seca’ ou xerostomia”, afirma a ex-presidente da Associação Brasileira de Halitose e atual conselheira, Dra. Cláudia Gobor. Essa alteração, com nome esquisito, deve ser diagnosticada e tratada o quanto antes, pois a sua evolução pode resultar em mau hálito ou aumento da incidência de cáries e outras doenças. Além disso, a xerostomia pode ser sintoma de outros problemas de saúde e serve de alerta para uma investigação médica.
A “boca seca” obviamente faz com que a pessoa sinta vontade de tomar muita água durante o dia. Mas, além dessa necessidade, também apresenta outros sinais como dificuldade para engolir, lábios secos e rachados, sensação de ardência ou dor na língua. Outra consequência é a presença de saburra, que é uma placa bacteriana branca que aparece na língua.
Causas da boca seca
A xerostomia ou boca seca pode surgir em todos os estágios da nossa vida, no entanto, o problema é mais comum entre os mais idosos, atingindo, segundo estudos, aproximadamente 25% dessa população. A partir dos 65 anos, então, o índice vai crescendo chegando até 30%.
O envelhecimento do nosso corpo e a consequente necessidade de utilização de mais remédios nessa faixa etária (idosos) é uma das causas para o aparecimento da xerostomia. Outras causas são o estresse e a ingestão contínua de remédios como antidepressivos, antialérgicos, diuréticos e anti-hipertensivos.
Diagnosticar o que causa essa sensação de “boca seca” é essencial para um tratamento adequado e para a melhora do quadro clínico. Isso porque, “a xerostomia pode indicar doenças como diabetes, cirrose hepática ou Síndrome de Sjögren, que é mais comum entre pacientes mulheres com mais de 40 anos”, comenta Gobor.
A profissional ainda explica que exames realizados em consultório como a Sialometria – que mede a quantidade de saliva produzida em um determinado intervalo de tempo – podem ajudar na detecção da alteração de produção de saliva.
O tratamento da xerostomia é variável, vai desde estímulos gustatórios e mecânicos que estimulam as glândulas salivares a liberarem uma quantidade maior de saliva, até uso de fármacos e também sessões de laser, acupuntura e tens (estímulos elétricos). A ingestão de líquidos e a adoção de hábitos que colaborem com a higiene bucal também ajudam a controlar e evitar o aparecimento da “boca seca”.
Dicas e cuidados
Para prevenir e melhorar a produção salivar, algumas dicas são:
- Faça a ingestão de líquidos durante o dia todo, evitando consumir água muito gelada;
- Use gomas de mascar e produtos cítricos para estimular o fluxo de saliva.
- Diminua o consumo de bebidas com cafeína (café /chá e refrigerantes).
- Use enxaguante bucal sem álcool e escolha cremes dentais com adição de cálcio e fósforo.
É importante ressaltar que “a ingestão de bebidas alcoólicas e o tabagismo alteram a produção salivar também e deixam a boca mais suscetível a outras doenças, como a gengivite e o câncer bucal”, alerta a especialista. Os cuidados com a higiene bucal também interferem no hálito e na salivação. Então escove os dentes depois das refeições, use o fio dental todos os dias e visite seu dentista regularmente.
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