Depois do difícil período de crise e retraimento do consumo vivido pela economia brasileira, as projeções de vendas nas 24 horas da Black Friday são bastante otimistas. Espera-se um crescimento de até 20% em relação ao ano passado, representado um volume de vendas na faixa dos R$ 2,2 bilhões de reais – com destaque para os produtos eletrônicos, tais como os televisores 29 polegadas, e para os smartphones. Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa, denominada Thank God It’s Black Friday 2017, sobre o comportamento do consumidor online (e-shopper), divulgada pela Google Brasil em agosto deste ano.
A data foi criada pelo comércio varejista norte-americano em 2001. Naquele país, a última sexta-feira do mês de novembro ocorre uma semana depois do feriado de Ação de Graças. No Brasil, essa tradição chegou apenas em 2010 e de maneira bastante modesta – com a participação de cerca de 50 lojas do varejo nacional de forma exclusivamente online no primeiro ano. Entretanto, de lá para cá, o crescimento do volume de negócios realizados, cerca de 15 vezes maior do que em um dia normal, acabou consagrando a Black Friday como a principal data do varejo online brasileiro.
Embora a Black Friday não se restrinja à modalidade online, essa é a forma preferida de comercialização de produtos e serviços durante a sexta de promoções. Neste ano, para termos uma ideia, de acordo com a pesquisa da Google Brasil, enquanto o número de e-commerces envolvidos no evento deve ser dez vezes maior, o número de estabelecimentos físicos deve dobrar em relação a 2013.
E são justamente os consumidores virtuais o principal público-alvo das promoções da Black Friday. De acordo com a pesquisa da Google, 71% dos consumidores que costumam realizar compras por meio da internet já adquiriram algum produto durante a data. E apenas 2% dos entrevistados afirmou que, com certeza, não comprará nada na data em 2017.
Diante da importância da data para o comércio online e das previsões de crescimento das vendas para este ano, já é possível encontrar, a pouco mais de um mês para a realização do evento, uma importante movimentação no mundo virtual. As lojas online têm apostado em ações de marketing, tais como contagem regressiva nos sites e anúncios das promoções que estão sendo preparadas para a data. Ações que parecem, de fato, estar surtindo efeito junto aos consumidores.
Natália Benites, responsável pelo marketing do ShopFácil.com diz que as categorias mais vendidas no site no ano passado foram as de smartphones, eletrônicos e toda a linha branca. “Acreditamos que neste ano, essas categorias seguirão no topo e estamos nos preparando para isso. Lançamos a ação Color Fridays, que dá prêmios toda sexta para os cinco primeiros que comprarem os produtos participantes, para estimular nossos clientes e prepará-los para as ofertas da Black Friday”.
O aumento do interesse dos consumidores em relação às promoções Black Friday também foi detectado no estudo da Google. Os pesquisadores constataram uma elevação de cerca de 46% nas buscas na internet sobre a Black Friday, em relação ao mesmo período do ano passado. E entre os que já realizaram compras durante a liquidação, a pesquisa indica que 62% desses consumidores têm um alto envolvimento com a data.
A pesquisa ainda aponta que os preços (indicados por 49% dos entrevistados), seguidos pela confiança na loja (indicada por 27% dos entrevistados), seriam os principais fatores considerados pelos consumidores para a decisão de efetuar compras durante a sexta de liquidações. E para garantir a realização de um bom negócio, as pesquisas para a obtenção do bem de consumo sonhado podem tomar até seis meses do tempo dos consumidores.
Em levantamento realizado pelo Mercado Pago, as categorias com maior intenção de compra, em 2017, seriam: informática, celular e TV e vídeo. E o maior crescimento em relação ao ano passado deve ocorrer nos setores de TV e vídeo, podendo chegar a 27% em relação ao ano anterior. E quanto aos smartphones, um dos itens mais vendidos em 2016, as intenções de compra chegam a 43,1% dos entrevistados.
Com prognósticos tão bons quanto a bens de consumo relativamente caros, como os smartphones e os televisores de 29 polegadas, a Black Friday promete abrir a temporada de compras de fim de ano com chave de ouro em 2017.
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