Muitos podem não saber, mas o Reality Show Big Brother (Big Brother Brasil aqui no país) teve seu nome originado de um livro bastante assustador, que mostra uma visão controladora e de rédia curta do planeta. 1984, de George Orwell, foi quem inspirou John de Mol, executivo de uma TV holandesa e sócia da Endemol, a criar o reality em 1999. O Big Brother também é tema de várias teorias da conspiração, que afirmam que estamos vivendo o mundo fictício por trás do romance de Orwell.
O “Grande Irmão” (ou “Irmão Mais Velho”, em inglês: “Big Brother”) é um personagem fictício no romance 1984. Escrito por Eric Arthur Blair sob o pseudônimo de George Orwell e publicado em 8 de Junho de 1949 que retrata o cotidiano numa sociedade totalitária. O título vem da inversão dos dois últimos dígitos do ano em que o livro foi escrito, 1948.
Na sociedade descrita por Orwell, todos as pessoas estão sob constante vigilância das autoridades, principalmente por teletelas (telescreen), sendo constantemente lembrados pela frase propaganda do Estado: “o Grande Irmão zela por ti” ou “o Grande Irmão está te observando” (do original “Big Brother is watching you”). Representado pela figura de um homem que provavelmente na trama não exista, vigia toda a população através das chamadas teletelas, governando de forma despótica e manipulando a forma de pensar dos habitantes.
O livro também serviu de inspiração para o cantor e compositor Raul Seixas, que chegou a escrever a música “Metrô Linha 743”, tendo como base o romance 1984, contando de forma lúdica que somos vigiados a todo instante. “O prato mais caro do melhor banquete é o que se come cabeça de gente que pensa, e os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam porque quem pensa, pensa melhor parado”, é um dos versos da canção.
Sinopse
O Mundo está dominado por um regime totalitário, onde todas as liberdades são estritamente limitadas pelo Estado, principalmente a subjetividade.
Resumo
No livro conta-se a história de Winston, um apagado funcionário do Ministério da Verdade da Oceania e de como ele parte da indiferença perante a sociedade totalitária em que vive, passa à revolta, levado pelo amor por Júlia e incentivado por O’Brien, um membro do Partido Interno com quem Winston simpatiza; e de como acaba por descobrir que a própria revolta é fomentada pelo Partido no poder. E também de como, no Quarto 101, todo homem tem os seus limites.
A trama se passa na Pista No. 1, o nome da Inglaterra sob o regime totalitário do Grande Irmão (no original, Big Brother) e sua ideologia IngSoc, e conta a história de Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, um órgão que cuida da informação pública do governo. Diariamente, os cidadãos devem parar o trabalho por dois minutos e se dedicar a atacar histericamente o traidor foragido Emmanuel Goldstein e, em seguida, adorar a figura do Grande Irmão. Smith não tem muita memória de sua infância ou dos anos anteriores à mudança política e, ironicamente, trabalha no serviço de rectificação de notícias já publicadas, publicando versões retroactivas de edições históricas do jornal The Times. Estranhamente, ele começa a interessar-se pela sua colega de trabalho Julia, num ambiente em que sexo, senão para procriação, é considerado crime. Ao mesmo tempo, Winston é cooptado por O’Brien, um burocrata do círculo interno do IngSoc que tenta cooptá-lo a não abandonar a fé no Grande Irmão.
De fato, Mil Novecentos e Oitenta e Quatro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas. George Orwell escreveu-o animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e as gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte – sofria de tuberculose – para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o stalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração – lendo Mil Novecentos e Oitenta e Quatro percebe-se que o Grande Irmão é baseado na visão de Orwell sobre os totalitarismos de vária índole que dominavam a Europa e Ásia na época. Stalin, também Hitler e Churchill foram algumas das figuras que inspiraram Orwell a escrever o romance.
O estado controlava o pensamento dos cidadãos, entre muitos outros meios, pela manipulação da língua. Os especialistas do Ministério da Verdade criaram a Novilíngua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra duplipensar que corresponde a um conceito segundo no qual é possível o individuo conviver simultaneamente com duas crenças diametralmente opostas e aceitar a ambas.
Outra palavra da Novilíngua era Teletela, nome dado a um dispositivo através do qual o Estado vigiava cada cidadão. A Teletela era como que um televisor bidirecional, isto é, que permitia tanto ver quanto ser visto.
No livro, Orwell expõe uma teoria da Guerra. Segundo ele, o objectivo da guerra não é vencer o inimigo nem lutar por uma causa. O objetivo da guerra é manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura e aos bens materiais das classes baixas. A guerra serve para destruir os bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem cultura e riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos.
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