Os beneficiários do programa Bolsa Família terão serviço de vídeo sob demanda gratuito. Moradores de Brasília (DF) e nos municípios do entorno serão os primeiros a ter acesso ao “Quero Ver Cultura”, serviço de vídeo sob demanda que vai disponibilizar gratuitamente filmes nacionais.
Em outubro, eles terão a transmissão de TV analógica desligada e se juntarão a Rio Verde (GO), que este mês se tornou a primeira cidade da América do Sul com sinal completamente digital. Para acompanhar a mudança, os beneficiários do Bolsa Família dessas cidades já estão recebendo um kit com conversor, controle remoto e antena.
“Será o terceiro maior serviço de vídeos sob demanda do mundo”, destaca Pola Ribeiro (foto), secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC). A partir de outubro, quando entra em funcionamento, o Quero Ver Cultura vai oferecer de um a dois filmes por semana. O aplicativo estará disponível nos conversores que serão entregues a todos os beneficiários do Bolsa Família até 2018. “São 14 milhões de famílias, quase 60 milhões de pessoas. Se pensarmos no público de baixa renda, é de longe a maior entrega de conteúdo sob demanda do mundo”, afirma Ribeiro.
O acervo do Quero Ver Cultura será formado por 25 mil filmes de produção nacional da Cinemateca Brasileira, financiados pela Lei Rouanet e pela Secretaria do Audiovisual, todos licenciados. Também se juntaram ao projeto grandes produtoras brasileiras, como a Gulane, dos filmes Bicho de sete cabeças, O ano em que meus pais saíram de férias e Que horas ela volta?, e a Maria Farinha Filmes, que produz em parceria com o Instituto Alana conteúdos de forte impacto social, como os documentários Tarja branca e Muito além do peso.
Quero Ver Cultura nas escolas
Para assistir aos filmes, não será necessária conexão à internet. A atualização do aplicativo poderá ser feita por pen drive ou pelo ar, via radiodifusão.
Haverá, também, a possibilidade de o Quero Ver Cultura ser programado para oferecer filmes diferentes de acordo com a preferência de cada região do País. Segundo o secretário Pola Ribeiro, a pasta trabalha para conseguir o licenciamento de outros filmes, inclusive de produções da América Latina e da comunidade de países de língua portuguesa.
O MinC já desenvolve uma versão do aplicativo para distribuição de filmes nas escolas. Ele vai ajudar as instituições de ensino a cumprir a Lei nº 13.006, que estabelece uma exibição mínima de duas horas mensais de filmes nacionais. “A produção de cinema no Brasil cresceu bastante, mas, por outro lado, a difusão do audiovisual ainda tem espaço para crescimento. Com o Quero Ver Cultura instalado nas casas do Bolsa Família e nas escolas, poderemos dar escala a esses conteúdos audiovisuais”, explica Ribeiro.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.