Indispensável na mesa de milhões de brasileiros, o café já foi alvo de vários estudos revelando seus vários benefícios quando consumido moderadamente, como a redução do risco de acidente vascular cerebral e demência e até auxiliando no emagrecimento.
Agora, um novo estudo realizado na Universidade de Jinan, na China, revelou que as pessoas que consumiram uma quantidade moderada de café todos os dias, adoçado com açúcar ou não, tiveram um risco menor de morte durante um período de sete anos do que aqueles que não o consumiram, embora os especialistas alertem que a descoberta pode não se dever à bebida em si. Resultados semelhantes foram encontrados para café instantâneo, moído e descafeinado.
O estudo
O estudo, publicado no Annals of Internal Medicine, é baseado em dados de mais de 171 mil participantes do BioBank do Reino Unido – que coletou informações genéticas, de estilo de vida e saúde de mais de 500 mil pessoas desde que começou em 2006, incluindo detalhes dos participantes e hábitos de consumo de café.
A equipe usou dados de atestados de óbito para rastrear os participantes por um período médio de sete anos a partir de 2009, durante o qual 3.177 pessoas morreram.
Resultado do estudo
Depois de levar em consideração fatores como idade, sexo, etnia, nível educacional, tabagismo, quantidade de atividade física, índice de massa corporal e dieta, a equipe descobriu que, em comparação com aqueles que não bebiam café, as pessoas que o consumiam sem açúcar tinham o menor risco de morte.
A maior redução, um risco de morte 29% menor, foi observada para aqueles que bebiam entre 2,5 e 4,5 xícaras por dia.
Café com açúcar x café com adoçante x café sem açúcar
Reduções no risco de morte também foram observadas para o café adoçado com açúcar, pelo menos para aqueles que bebem entre 1,5 e 3,5 xícaras por dia. A tendência foi menos clara para as pessoas que usaram adoçantes artificiais.
No entanto, o estudo questionou os participantes sobre o consumo de café e outros hábitos apenas uma vez e baseou-se no autorrelato. A maioria daqueles que usaram açúcar adicionou apenas uma colher à bebida – o que significa que não está claro se os resultados seriam válidos para cafés especiais com alto teor de açúcar.
Naveed Sattar, professor de medicina metabólica da Universidade de Glasgow que não esteve envolvido no trabalho, alertou que as descobertas – embora intrigantes – não foram claras. “A natureza observacional deste novo estudo significa que essas conclusões estão longe de ser definitivas”, disse ele.
“Eu sugiro que as pessoas tomem café ou chá, de preferência sem açúcar, ao qual a maioria das pessoas pode se adaptar, e tentem fazer todas as outras coisas que sabemos que são saudáveis – mova-se mais, coma e durma melhor.”
Em um editorial de acompanhamento , a Dra. Christina Wee, vice-editora da revista, concordou que os resultados não eram conclusivos. Mas, acrescentou que beber café, sem açúcar ou com uma quantidade modesta de açúcar, provavelmente é benéfico para a maioria das pessoas.
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