(ANSA) – O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, anunciou neste domingo (13) uma série de medidas temporárias de controle na fronteira com a Áustria para conter o fluxo de imigrantes que tentam chegar à União Europeia (UE) e solicitar refúgio.
Segundo o ministro, as medidas são “controles provisórios” para garantir a “segurança”. “Precisamos de tempo e de um pouco de ordem nas nossas fronteiras”, explicou Maiziere, referindo-se aos milhares de imigrantes que chegaram ao país nos últimos dias.
Entre as medidas aplicadas, está a suspensão do tráfego de trens entre os países pelas próximas 12 horas. Tropas da polícia federal também serão enviadas à região fronteiriça e o ingresso na Alemanha só será autorizado com documentos válidos. A Convenção de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas na UE, também ser suspensa por 30 dias.
Berlim pediu que os outros países-membros da União Europeia (UE) cumpram seus deveres na segurança e na organização dos imigrantes para tentar superar a crise que já é considerada a pior desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“O Acordo de Dublin permanece em vigor, mas precisa ser respeitado também por outros países da União Europeia, que devem não somente registrar os refugiados, mas também dar sequência aos pedidos de asilo”, disse o ministro, ressaltando que a Alemanha “não é responsável por grande parte dos solicitantes”.
A Alemanha, que tinha se disposto a refugiar imigrantes, registrou a entrada de 12 mil pessoas somente ontem em Munique, onde a situação começa a ficar crítica para acomodar tantos imigrantes. “Não sabemos o que fazer”, disse o prefeito Dieter Reiter. O país espera receber 80 mil pessoas ate o fim do ano.
O ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, fez uma dura crítica neste domingo à “falência total” da União Europeia (UE) em controlar suas fronteiras e exigiu medidas urgentes para conter o fluxo recorde de imigrantes. Dobrint é membro do partido União Cristão-Social (CSU) e é mais conservador que a chanceler Angela Merkel, da União Democrata-Cristão (CDU).
Por sua vez, a Comissão Europeia informou através de um comunicado que as medidas adotadas pela Alemanha são uma “possibilidade excepcional explicitamente prevista no Código das Fronteiras de Schengen”, o qual regulamenta a livre circulação de pessoas dentro do bloco. A Alemanha é um dos países que tentam nas últimas semanas negociar mecanismos na UE para amenizar a crise de refugiados. Berlim disse que poderia acolher 500 mil refugiados por ano.
A Comissão Europeia também propôs a redistribuição de 120 mil imigrantes dentro dos 28 países do bloco e um plano fixo de cotas de refugiados, medida que desafogaria as nações consideradas porta de entrada para a UE, como Itália, Grécia e Hungria. Devido ao Acordo de Dublin, os imigrantes só podem solicitar refúgio nos países onde desembarcam, o que faz algumas nações sofrerem com superlotação. No entanto, Estados como Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Romênia se opuseram às propostas.
Naufrágio
Um barco com imigrantes tombou neste domingo (13) perto da ilha grega de Farmakonisi, no Mar Egeu, e causou a morte de ao menos 28 pessoas, informaram as autoridades locais. Mais da metade das vítimas era criança. Cerca de 70 imigrantes foram resgatados pelas equipes de socorro e 30 conseguiram chegar à costa da ilha nadando. De acordo com informações preliminares, a embarcação tinha partido da Turquia, a cerca de 15 quilômetros da Grécia.
Este acidente é mais um capítulo da crise migratória que atinge a Europa, com milhares de pessoas do norte da África e do Oriente Médio tentando chegar ao continente para solicitar asilo. As rotas mais usadas são a do Mar Mediterrâneo, com a Itália e a Grécia, e a dos balcãs, com a Hungria.
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