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Banco Inter: use os serviços digitais, mas fuja dos investimentos

Quem olha para o Banco Inter hoje, com um vasto portfólio de produtos e serviços 100% digitais, talvez nem se lembre de como ele começou. O Inter é fruto do antigo banco Intermedium e, originalmente, tinha como foco os créditos imobiliário e consignado. A mudança de nome veio em 2017 e, no ano seguinte, o banco passou pelo IPO, até chegar ao formato que atua hoje e que já conquistou mais de sete milhões de clientes.

O alto investimento na aquisição de novos clientes faz com que o Inter tenha uma ótima avaliação, ficando atrás apenas do Nubank. Mas, será que realmente vale à pena deixar o capital investido no Inter quando são comparados riscos, vantagens e desvantagens em relação a outros bancos?

Um relatório da Capital Research divulgado recentemente analisou o cenário econômico e alguns dos produtos oferecidos pelo Inter, com suas respectivas regras e rentabilidades. No texto, o analista-chefe, Samuel Torres, demonstra em números porque deixar os investimentos na instituição não é a melhor escolha.

Qual o risco do Banco Inter?

Banco Inter use os serviços digitais mas fuja dos investimentos
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Assim como outros bancos digitais, o Inter ainda está em fase de grandes investimentos para manutenção do crescimento acelerado, o que vem impactando negativamente sua rentabilidade. Mas, diferentemente do Nubank, analisado em outro relatório publicado recentemente, o Inter está em uma situação financeira um pouco melhor. Mesmo com uma estratégia bem definida para rentabilizar seus clientes, o que leva tempo e gera impacto negativo no resultado a curto prazo, o Inter vem conseguindo manter o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) positivo. Além disso, o índice de Basiléia é consideravelmente saudável.

Outros números referentes a operações de seguros, operações de crédito e aumentos de capital também foram analisados e colocam o Banco Inter em um patamar saudável, mesmo com os impactos da pandemia em 2020: “Claramente o Banco Inter ainda tem bastante a avançar em termos de rentabilidade, majoritariamente no que tange rentabilizar sua base de clientes. Mas, mesmo agora, o banco já opera no positivo, com um balanço pouco alavancado e com uma carteira de crédito de boa qualidade e baixo risco”, ressalta o analista.

Mas, isto não significa que o banco seja uma boa opção para quem deseja investir. A melhor forma de verificar o custo-benefício de uma aplicação é compará-la com opções semelhantes ou iguais disponíveis no mercado. E é aqui que o Inter sai perdendo.

Além de investimentos tradicionais, como fundos de investimento, ações e FIIs, o Inter oferece alguns títulos de renda fixa emitidos por ele próprio: os CDBs e os LCIs. Os CDBs são pós-fixados e contam com liquidez diária, e as LCIs também são pós-fixadas, mas com liquidez apenas no vencimento.

O ponto-chave aqui é que a rentabilidade dos CDBs aumenta conforme o montante aplicado, enquanto no caso das LCIs aumenta tanto com o valor quanto com o prazo do investimento. Neste caso, Samuel Torres explica que “a diferença de rentabilidade pelo acréscimo do montante investido é pouco relevante, não fazendo sentido colocar mais dinheiro se o único motivo for só conseguir o aumento de rendimento como percentual do CDI. O que faz sentido é aumentar o prazo de investimento para pagar menos Imposto de Renda, dado que a alíquota é regressiva”.

Analisando o contexto, porém, bancos menos arriscados, como o BTG Pactual, o Daycoval e o Banco ABC oferecem os mesmos títulos com rentabilidades maiores e/ou menor investimento mínimo. Para exemplificar, o investidor que alocar de R$ 100,00 a R$ 249.999,99 no Banco Inter, em uma LCI de 12 meses, com rentabilidade equivalente a título não isento (% do CDI), terá como resultado 121,3%. Se o prazo for de 24 meses, o resultado vai para 118,8%. Para o prazo de 36 meses, o número é de 120,0%. Já uma LCI/LCA de 12 meses no BTG Pactual, por exemplo, com investimento mínimo de R$ 1.000, vai render 110%. Para 24 meses, o número sobe para 116%, e em 36 meses, chega a 119%.

“Uma vez que é possível encontrar os mesmos produtos de investimento emitidos por bancos de menor risco e pagando uma remuneração maior e, na maioria dos casos, com uma aplicação mínima inferior, não recomendo aplicar seu dinheiro nos CDBs e LCIs do Banco Inter”, afirma o analista Samuel Torres, concluindo que “as aplicações nos CDBs e LCIs do Banco Inter apresentam um risco moderado para baixo. Inferior ao do Nubank, mas superior ao de outros médios e ao dos bancos grandes”.

Risco de crédito dos bancos digitais

O relatório sobre o Banco Inter faz parte de uma série de publicações com análises do risco de crédito dos principais bancos digitais do país. O primeiro relatório da série foi sobre o Nubank. Nas próximas semanas, também serão divulgados relatórios sobre o C6 Bank e o BTG.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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