I – Balanço de pagamentos – Junho de 2015
Em junho, as transações correntes apresentaram deficit de US$2,5 bilhões, acumulando, nos últimos doze meses, saldo negativo de US$93,1 bilhões, equivalente a 4,36% do PIB. Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$2,2 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de US$5,4 bilhões em investimento direto no país.
A conta de serviços registrou despesas líquidas de US$3,4 bilhões no mês, recuo de 6,6% na comparação com o resultado de junho de 2014. As despesas líquidas com transportes reduziram 23%, na mesma base de comparação, atingindo US$562 milhões. O item viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$1,2 bilhão, estável em relação ao ocorrido em junho do ano anterior, apresentando reduções de 17,4% nos gastos de turistas brasileiros em viagens ao exterior e de 43,8% nas despesas de viajantes estrangeiros ao Brasil. Cabe observar que a Copa do Mundo no Brasil teve início em junho de 2014, contribuindo para elevação dos gastos de turistas estrangeiros no país nesse mês, e elevando a base de comparação. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos elevaram-se 0,1% frente a junho do ano anterior, registrando US$1,8 bilhão. Na mesma base de comparação, ressalte-se a elevação das despesas líquidas em telecomunicação, computação e informações, 24,5%, e a contração de despesas líquidas com serviços de propriedade intelectual, 4,8%.
As despesas líquidas de renda primária atingiram US$3,7 bilhões no mês, recuo de 0,3% na comparação com junho de 2014. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$2,5 bilhões, ante US$2,7 bilhões em mês correspondente do ano anterior. As despesas líquidas de juros totalizaram US$1,3 bilhão, 13,7% superiores ao resultado do período comparativo. As saídas líquidas de renda de investimento direto atingiram US$2,4 bilhões, redução de 9%, na comparação com junho de 2014. As despesas líquidas de renda de investimentos em carteira somaram US$770 milhões, compostas por despesas líquidas de lucros e dividendos, US$450 milhões; de juros de títulos negociados no mercado externo, US$319 milhões; e no mercado interno, US$1 milhão. A despesa líquida de renda de outros investimentos recuou para US$773 milhões, 15,5% abaixo do registrado em junho do ano anterior, enquanto as receitas de reservas atingiram US$204 milhões.
A conta de renda secundária apresentou ingressos líquidos de US$231 milhões. A receita bruta de transferências pessoais atingiu US$193 milhões em junho, 2,5% inferior ao resultado observado em mesmo mês do ano anterior.
Os investimentos diretos no exterior somaram remessas líquidas de US$1,5 bilhão, compreendendo US$1,9 bilhão em participação no capital, incluídos US$289 milhões decorrentes do reinvestimento de lucros, e retornos de US$415 milhões, proveniente de operações intercompanhias.
Os investimentos diretos no país aumentaram US$5,4 bilhões, dos quais US$4,7 bilhões em participação no capital, incluídos US$814 milhões decorrentes de reinvestimento de lucros, e US$725 milhões em operações intercompanhias. Em doze meses, os ingressos líquidos dos investimentos diretos no país somaram US$81,9 bilhões, equivalentes a 3,84% do PIB.
Os investimentos em carteira passivos apresentaram remessas líquidas de US$107 milhões em junho, compostos por ingressos líquidos de U$1 bilhão em ações, saídas líquidas de US$235 milhões em fundos de investimento, e de US$898 milhões em títulos de renda fixa. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no país somaram remessas líquidas de US$242 milhões. As operações com títulos soberanos negociados no exterior totalizaram amortizações de US$21 milhões. Os demais títulos de renda fixa de longo prazo negociados no exterior apresentaram amortizações líquidas de US$722 milhões, enquanto os de curto prazo registraram ingressos líquidos de US$87 milhões.
Os outros investimentos ativos elevaram-se US$1,7 bilhão, compreendendo expansão de US$1,5 bilhão em depósitos de propriedade de empresas não financeiras, e redução de US$3,6 bilhões em depósitos mantidos por bancos brasileiros no exterior. Os créditos comerciais e adiantamentos cresceram US$3,7 bilhões em junho.
Os outros investimentos passivos registraram ingressos líquidos de US$1,3 bilhão. Os ingressos líquidos decorrentes de créditos comerciais e adiantamentos atingiram US$1,4 bilhão, concentrados em operações de curto prazo. Os empréstimos totalizaram amortizações líquidas de US$108 milhões.
II – Reservas internacionais
As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$372,2 bilhões em junho de 2015, aumento de US$472 milhões em relação ao mês anterior. No mês, o estoque de linhas com recompra atingiu US$3,5 bilhões, decréscimo de US$1,6 bilhão em relação à posição de maio de 2015. A receita de remuneração das reservas somou US$204 milhões. As variações por preços reduziram o estoque em US$585 milhões, enquanto as variações por paridades o elevaram em US$816 milhões. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$368,7 bilhões em junho, elevação de US$2 bilhões em relação ao mês anterior.
III – Dívida externa
A posição da dívida externa bruta estimada para junho totalizou US$345,2 bilhões, redução de US$3,4 bilhões em relação ao montante apurado para março de 2015. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$289,1 bilhões, redução de US$1,1 bilhão, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$56,1 bilhões, diminuição de US$2,3 bilhões.
Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo no período, destacam-se os empréstimos tomados pelo setor não financeiro, US$2 bilhões, e amortizações do setor financeiro, de US$2,1 bilhões, bem como a redução provocada pela variação por paridades, US$485 milhões. A variação da dívida externa de curto prazo no período é explicada principalmente por empréstimos de curto prazo tomados pelo setor não financeiro, US$680 milhões, e amortizações do setor financeiro, US$3,3 bilhões.
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