Próximo de promulgar a PEC Eleitoral que amplia benefícios sociais a três meses das eleições, o governo federal quer modificar – de forma definitiva, o cronograma de pagamento do Auxílio Brasil.
Objetivo é antecipar o calendário de pagamentos para a primeira quinzena de cada mês. Atualmente, o pagamento é feito nos últimos 10 dias úteis, de acordo com o NIS (Número de Identificação Social), como funcionava no Bolsa Família, marca da gestão petista. Com isso, o novo piso do programa, que sobe de R$ 400 para R$ 600, já seria pago nos primeiros dias de agosto.
A antecipação do pagamento tem por objetivo livrar de vez o programa de transferência de renda do presidente Jair Bolsonaro, em vigor desde novembro de 2021, do Bolsa Família, bandeira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A meta do Palácio do Planalto é começar a realizar o pagamento dos novos benefícios no dia 9 de agosto. Entre eles, o aumento do piso do Auxílio Brasil, que passará dos atuais R$ 400 para R$ 600, um auxílio para caminhoneiros autônomos de R$ 1 mil de seis parcelas, além para um benefício a taxistas, em torno de R$ 200.
A PEC das bondades vai durar apenas até o mês de dezembro e vai gerar um gasto extra de R$ 41,2 bilhões. A PEC foi promulgada pelo Congresso Nacional na última quinta-feira (14 de julho).
De acordo com reportagem do Globo, o governo tem pressa por causa do resultado das pesquisas de intenção de votos, que aponta Lula na frente na corrida ao Planalto. De acordo com um ministro do Palácio, a expectativa é que o aumento do Auxílio Brasil mude os ânimos dos eleitores a favor de Bolsonaro, sobretudo na região Nordeste e interior do estado de Minas Gerais.
Segundo técnicos do Ministério da Cidadania, a pasta está preparada para rodar a folha do Auxílio Brasil antecipadamente. Os pagamentos de julho começam na próxima segunda-feira (18) para um universo de 18 milhões de famílias, que ainda vai receber o piso de R$ 400.
O Ministério tem o desafio de incluir no programa cerca de dois milhões de famílias que estão na fila, já no mês de agosto.
Além da mudança no calendário de pagamento do Auxílio Brasil, Bolsonaro foi aconselhado a explorar um dos aspectos do programa: as mulheres, segmento com alta rejeição ao presidente. A tática começou a ser adotada por ele durante a solenidade de promulgação da PEC.
Uma pesquisa encomendada pelo governo ao Ministério da Cidadania revela que a maior parte do público beneficiado pelo Auxílio Brasil são pessoas do sexo feminino. Considerando dados de julho, as famílias chefiadas por mulheres representam 84,7% do público atendido, o que abrange 15,3 milhões de um universo de 18 milhões.
O incremento na renda dessas famílias é de R$ 6,120 bilhões por mês. Nos domicílios atendidos pelo programa moram 28,9 milhões, o que significa 57,7% do total.
Esses dados serão explorados pelo presidente Bolsonaro na campanha, segundo interlocutores.
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