Os astrônomos descobriram um exoplaneta há 117 anos-luz da Terra que possui a órbita mais excêntrica já observada. Chamado de HD 20782, a órbita do “planeta estranho” mais se assemelha a de um cometa, afirmam pesquisadores.
Além de monitorar sua órbita, eles foram capazes de detectar um sinal de luz refletida a partir do planeta, sob a forma de um ‘flash’ da luz das estrelas saltando fora da atmosfera do planeta. Ao estudar a luz refletida de HD 20782, os astrônomos podem aprender mais sobre a estrutura e a composição de uma atmosfera planetária que pode resistir a uma breve, mas alucinante exposição a sua estrela.
Enquanto os planetas do nosso sistema solar têm órbitas quase circulares, os astrônomos descobriram vários planetas extra-solares com órbitas altamente elípticas ou excêntricas. HD 20782 tem a órbita mais excêntrica já conhecida, com uma excentricidade de 0,96.
Isto significa que o planeta se move em uma elipse quase achatada, viaja um longo caminho longe de sua estrela e depois faz um impulso rápido e furioso em torno da estrela em sua maior aproximação. HD 20782 oferta “uma oportunidade de observação particularmente lucrativa” para estudar a atmosfera planetária de um planeta com órbita excêntrica – um tipo não visto em nosso próprio sistema solar, dizem os cientistas no artigo da revista.
No ponto mais distante em sua órbita, o planeta é separado de sua estrela em 2,5 vezes a distância entre o Sol e a Terra. Na sua maior aproximação, se aventura tão próximo quanto 0,06 da mesma distância Terra-Sol – muito mais próximo que Mercúrio orbita o sol.
A percentagem de luz refletida a partir de um planeta é determinada em parte pela composição da sua atmosfera. Planetas envoltos em nuvens cheias de partículas geladas, como Vênus e Júpiter, por exemplo, são muito reflexivos. Mas, se um planeta como Júpiter se movesse muito perto do sol, o calor iria remover o material gelado em suas nuvens.
Em alguns dos planetas extra-solares do tamanho de Júpiter, com órbitas circulares curtas, o astrônomo da Universidade Estadual de San Francisco Stephen Kane explicou que este fenômeno parece tirar das atmosferas as partículas reflexivas, tornando os planetas ‘escuros’. Mas no caso do HD 20782, “a atmosfera do planeta não tem uma chance de responder”, disse ele.
Os astrônomos não podem determinar a composição exata da atmosfera do HD 20782 ainda, mas esta nova observação sugere que ele pode ter uma atmosfera como a de Júpiter, com cobertura de nuvens altamente reflexivas.
Planetas extra-solares, como o HD 20782, contêm uma riqueza de perguntas para os astrônomos, disse Kane. “Quando vemos um planeta como este que está em uma órbita excêntrica, ele pode ser muito difícil de explicar como chegou a essa forma”, explicou ele.
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