No quarto dia de paralisação dos caminhoneiros, 6,3 milhões de medicamentos, que atenderiam 90% do território brasileiro e 2,4 milhões de consumidores, estão ameaçados de não chegar ao destino final. O alerta é da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A entidade informou ainda que alguns veículos foram apedrejados e os motoristas agredidos durante o percurso entre os centros de distribuição e os pontos de venda.
Em nota, o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, afirmou que as principais dificuldades atingem os chamados medicamentos termolábeis, que devem ser mantidos refrigerados e necessitam de temperatura estável até o seu destino final: “algo impossível de ser garantido com um veículo travado nas estradas”.
“Entendemos que protestos de qualquer categoria profissional são legítimos, desde que não atinjam direitos básicos da população. Solicitamos à coordenação do movimento grevista que entenda a importância de se manter a população com acesso a produtos tão essenciais quanto medicamentos”.
Outros
Mais cedo, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) enviou um comunicado às lideranças grevistas dos caminhoneiros solicitando a liberação de cargas de gases medicinais (como oxigênio, por exemplo), medicamentos e outros insumos hospitalares. A entidade, que representa 104 hospitais privados espalhados em todos os estados, ressalta que os hospitais associados e parceiros comerciais do segmento começam a detectar queda substancial dos estoques e uma iminente falta de insumos nas instituições de saúde, que pode ameaçar o bem-estar e a vida dos pacientes atendidos.
Pela manhã, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que os caminhoneiros não estão proibindo a passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios, cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. De acordo com ele, ônibus com passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios.
Os caminhoneiros protestam há quatro dias contra os seguidos aumentos do preço do diesel. O movimento tem feito bloqueios em estradas, o que já impacta no abastecimento de combustível em algumas regiões do país. As principais reivindicações da categoria são: redução de impostos sobre o preço do óleo diesel, como PIS/Cofins e ICMS, e o fim da cobrança de pedágios dos caminhões que trafegam vazios nas rodovias federais concedidas à iniciativa privada.
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