(ANSA) – Após o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, ter editado um decreto para restringir deslocamentos por todo o país e evitar aglomerações, cidadãos de norte a sul da península fizeram filas em supermercados para garantir estoques de alimentos.
O texto assinado por Conte não proíbe as pessoas de saírem de casa para comprar comidas e bebidas, mas isso não impediu que filas se formassem na entrada de varejistas das principais cidades italianas antes de sua entrada em vigor.
Em uma loja 24h da rede Todis em Roma, clientes aguardavam do lado de fora com seus carrinhos a autorização para entrar. O controle de fluxo foi adotado em mercados de todo o país, de forma a garantir a distancia mínima de um metro exigida pelo decreto de Conte.
“As pessoas estão fazendo estoques de sabonetes e desinfetantes; o álcool praticamente acabou”, disse um funcionário de uma unidade do Carrefour na capital italiana. Em Florença, os mercados da rede Unicoop exibiram cartazes avisando que “os gêneros de primeira necessidade estão garantidos” e que não há “dificuldades no abastecimento de produtos”.
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O decreto impõe restrições apenas à circulação de pessoas, mas deixa trânsito livre para mercadorias, de forma a não prejudicar a já combalida economia italiana, que cresceu apenas 0,3% em 2019 e corre o risco de ficar estagnada – ou até de cair em recessão – em 2020 por causa da epidemia.
“Teria sido inteligente deslocar pequenas equipes das forças de ordem ou da Defesa Civil para os mercados abertos 24h, para informar sobre detalhes do decreto e evitar pânico e aglomerações”, disse a deputada Augusta Montaruli, do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), comentando as filas de clientes nos mercados de Turim.
Na Ligúria, o governador Giovanni Toti, do partido conservador Mudemos!, afirmou que “não há necessidade de assaltar – ainda menos no coração da madrugada – os supermercados abertos”. “Será possível sair para fazer compras. Vamos ficar tranquilos e seguir as regras”, declarou.
Restrições
Na última segunda-feira (9), Giuseppe Conte estendeu para todo o país as medidas restritivas que haviam sido impostas à região da Lombardia e a 14 províncias do Vêneto, do Piemonte e de Marcas. A partir desta terça, os cidadãos só estão autorizados a se locomover por “comprovadas exigências de trabalho, situações de necessidade, motivos de saúde ou retorno ao próprio domicílio”.
Também é permitido sair para comprar alimentos e itens de primeira necessidade. O governo disponibilizou até um formulário para cidadãos que precisam se locomover nas ruas justificarem as razões. A polícia já está fazendo controles em estações de trem, estradas e aeroportos.
Partidas de futebol também estão proibidas, com exceção de jogos da Liga dos Campeões, que serão realizados com portões fechados; e museus, discotecas, sítios arqueológicos, escolas e universidades foram fechados.
Restaurantes podem abrir das 6h às 18h, desde que garantam distância mínima de um metro entre os frequentadores. As medidas ficam em vigor ao menos até 3 de abril. A Itália contabiliza 9.172 casos do novo coronavírus e 463 mortes.
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