(ANSA) – Após a série de atentados em Paris na última sexta-feira (13), a segurança foi reforçada na Praça São Pedro, principal local das celebrações do papa Francisco no Vaticano.
Controles através de detectores de metal, mais equipamentos e homens do Exército italiano em diversos pontos e patrulhas ao longo das estradas próximas ao Vaticano foram notados de maneira mais intensa na celebração do Angelus, ocorrida neste domingo (15). Eles também foram um efeito do aumento do alerta para ataques terroristas emitido para toda a Europa para ter a máxima prevenção nos pontos mais sensíveis.
A Igreja Católica também está às vésperas do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo papa Francisco em março deste ano, e que iniciará no dia 8 de dezembro e seguirá até o dia 20 de novembro de 2016, em Roma. É esperado um aumento expressivo no número de turistas que se dirigirão à capital italiana e à Santa Sé para participar do Jubileu de maneira concreta.
De acordo com o governo italiano, a situação também deve fazer com que as forças de segurança e a Inteligência recebam um incremento financeiro para evitar ataques similares ao que ocorreu em Paris. “O perigo existe, é um perigo objetivo, mas não é concreto ou circunstanciado. Deste perigo devemos nos proteger colocando em campo todos os meios de prevenção necessários. Não servem legislações especiais, mas devemos estar prontos a renunciar algumas das nossas liberdades pessoais, em particular, do ponto de vista da comunicação”, afirmou o procurador nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, Franco Roberti neste segunda-feira (16).
Nos próximos dias será definido ainda como será feito o controle do espaço aéreo, especialmente sobre Roma, por causa do Jubileu católico. Junto à Aeronáutica Militar, os especialistas em segurança estão estudando um novo sistema para proteger os céus dos ataques de drones, quase impossíveis de controlar no momento, e sobretudo, de tiros disparados de qualquer prédio, janela ou estrada.
No sábado (14), centenas de internautas italianos usaram as redes sociais para pedir o adiamento do Ano Santo Extraordinário por considerar que o evento atrairia ainda mais a atenção dos jihadistas para a Itália. Segundo eles, é “loucura” manter um evento dessas proporções após o que aconteceu em território francês.
No mesmo dia, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que o Jubileu não será adiado porque o momento pede “ainda mais” misericórdia, tema do evento. Em janeiro, após o atentado contra o jornal francês “Charlie Hebdo”, o serviço secreto dos EUA destacou que o Vaticano era “um possível objetivo” do Estado Islâmico e que um atentado contra o Papa era questão de tempo. Na época, o padre Lombardi negou que a Santa Sé tenha recebido “relatórios de outros países” sobre ameaças concretas ao Pontífice.
Porém, não dá para dizer que o local esteja protegido. Ao longo dos últimos dois anos, o EI faz ameaças constantes de atacar o lugar “das cruzadas” – lembrando a guerra entre cristãos e muçulmanos de séculos atrás – e já ressaltou que a Itália é um dos seus “objetivos”. Na última sexta, poucas horas após atacar Paris, simpatizantes do grupo postavam nas redes sociais que “Roma, Londres e Washington” seriam as próximas capitais a sofrerem com atentados parecidos ao realizado em Paris.
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