O brasileiro faz mágica para sobreviver. Com o salário mínimo estabelecido em R$ 998,00, tudo deve ser colocado na ponta do lápis. “É o aluguel, o transporte, as compras do mês, o plano de saúde, quando dá para pagar, e aqueles gastos que nem sempre são previstos e nos pegam de surpresa”, diz o presidente executivo do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Eloi Olenike.
É um verdadeiro malabarismo. Quem ganha um salário mínimo passa a maior parte do ano se equilibrando na corda bamba das contas e esperando pelo décimo terceiro salário ou as férias para desafogar as finanças. “Nem sempre é possível colocar em prática os planos que fazemos com o dinheiro, por isso é fundamental que o cidadão fique de olho nas suas finanças, se não há gargalos ou torneiras abertas. Às vezes, alguns hábitos precisam ser mudados e alguns cuidados devem ser redobrados”, diz Olenike.
Protagonista em assuntos que estão diretamente ligados ao cotidiano do consumidor e contribuinte brasileiro, o IBPT vê a educação financeira como principal fator de mudança de comportamento e uma maneira mais consciente de poupar dinheiro. “Diante de um cenário tributário complexo no país, recessão, inflação e oscilação de preços, é importante que o contribuinte fique atento às suas finanças e não comprometa sua receita com itens que, no momento, podem esperar um pouco mais para serem adquiridos”, afirma o especialista.
De olho no dinheiro
Para que as finanças pessoais não fujam do controle, o cidadão brasileiro pode contar com o aplicativo Citizen, do IBPT, para gerenciar suas contas e não passar o mês no vermelho. Gratuito e disponível nas plataformas Android e iOS, de interface simples, ao fazer a leitura do QR Code da Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica (NFC-e) ou do código de barras do DANFE da NFe (Nota Fiscal Eletrônica) de cada compra, o cidadão consegue separar por categorias os itens adquiridos, e ao longo do tempo de uso, o aplicativo delineia o seu perfil consumidor e a sua inflação pessoal. Por meio do Citizen, que disponibiliza gráficos de leitura simples e intuitiva, é possível controlar os gastos por categoria, data, valor total, estabelecimento onde comprou e pesquisar a evolução do valor unitário de cada bem ou mercadoria.
Diferente de outros aplicativos, o Citizen não solicita e não armazena informações pessoais do usuário, como salário e CPF.
Bye bye money
Além do aplicativo, que pode ser uma “mão na roda” para que o cidadão saiba de que maneira está gastando seu dinheiro, é fundamental observar alguns hábitos financeiros nem tão saudáveis. São eles:
Investir na poupança
Sobrou um dinheirinho e lá vai o cidadão, investir na poupança. Esse é um erro cometido pela maioria dos brasileiros. Atualmente, a caderneta de poupança não oferece rendimentos atraentes, mas por desconhecimento, o contribuinte acredita que ela é o único fundo de investimento, quando na verdade, o Tesouro Direto é mais atrativo para quem pretende aplicar seu dinheiro e vê-lo render.
Comprar por impulso
Fuja das compras por impulso. Elenque prioridades. A pergunta a ser feita é: eu preciso mesmo desse item agora? “Essas perguntas ajudam o cidadão a repensar a forma como gasta seu dinheiro”, diz Olenike.
Cartão de crédito
De mocinho a vilão, o cartão de crédito deve ser usado com cautela. “Priorize utilizá-lo naquelas situações imprevistas, em que você não tem dinheiro na hora. Também é válido fazer uso dele para planejar e parcelar aquela viagem há tanto tempo sonhada, desde que não comprometa a sua renda e não o leve ao endividamento”, ressalta Olenike.
Não pesquisar antes de comprar
“Gostei, vou levar!”
Alto lá! Com a facilidade proposta pela internet, só compra de primeira quem não quer pesquisar. “Se são itens que o cidadão não tem o hábito de comprar, uma boa pesquisa ajuda muito na busca e aquisição de produtos por um valor menor. Para quem faz compras habituais e registra as suas notas no Citizen, basta acompanhar seu gráfico de consumo e identificar nele onde o produto que está buscando foi adquirido por um preço menor”, lembra o presidente do IBPT.
Pequenos gastos frequentes
O cafezinho depois do almoço, o chocolate para adoçar a vida e pronto, isso tudo, somado diariamente, levou parte do seu dinheiro. “Pequenos hábitos diários reduzem o dinheiro, então, é prudente observar para onde está indo esse dinheiro. Sempre nos apoiamos no: ‘é baratinho, não pesa’, mas quando esse baratinho se multiplica, aí sim começa a pesar”, conclui Olenike.
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