Variedades

Americanas já perdeu R$ 64 bilhões em valor de mercado

As ações da companhia varejista, que anunciou um rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões na semana passada, já recuaram 98,42% desde a máxima histórica

Durante o “boom” das empresas varejistas na bolsa de valores em 2020, as ações da Americanas registraram o pico do seu valor.

Em 3 de agosto daquele ano, um papel da companhia era vendido a R$ 122,90, sua máxima histórica. Naquele momento, o valor de mercado da empresa era de pouco mais de R$ 66 bilhões, de acordo com levantamento de Einar Rivero, da TradeMap.

De lá para cá, com base no fechamento do pregão da última segunda-feira (16 de janeiro), a Americanas já perdeu R$ 64,36 bilhões em valor de mercado, enquanto suas ações acumulam uma queda assustadora de 98,42%.

O baque da empresa começou com a piora no cenário macroeconômico brasileiro e que afetou todas as varejistas da bolsa, consequência da pandemia de Covid-19, inflação elevada, alta nos juros e baixo crescimento. No entanto, os escândalos sobre as “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nas contas da companhia e todos os desdobramentos do caso acentuaram de forma drástica a desvalorização da Americanas.

No fim do dia desta segunda, um papel da Americanas era negociado a cerca de R$ 1,94, depois de cair quase 40% ao longo do pregão. Com esse resultado, o valor de mercado da empresa despencou para R$ 1,75 bilhão, ainda de acordo com o levantamento. As informações são do g1 economia.

Antes do anúncio do rombo bilionário, em 11 de janeiro, a varejista valia cerca de R$ 10,82 bilhões. Apenas cinco dias depois, as ações já recuaram 79,9%.

Há um ano, em 16 de janeiro de 2022, a Americanas valia R$ 27,25 bilhões e, neste período, acumula desvalorização de 93,44%. Boa parte dessa porcentagem é consequência das quedas dos últimos dias.

O que aconteceu com a Americanas?

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A Americanas publicou um fato relevante na última quarta-feira (11 de janeiro), dizendo que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões, nas primeiras estimativas.

Em outras palavras, a empresa percebeu que o valor bilionárioque é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa. Como consequência, Sérgio Rial, que tinha acabado de assumir a presidência da companhia, renunciou ao cargo.

O rombo ocorreu por meio de uma operação conhecida como “risco sacado”. Essa é uma linha de crédito que envolve a empresa, seus fornecedores e instituições financeira.

Nessa operação, uma companhia que precisa pagar seus fornecedores entra em contato com uma instituição financeira que, por meio de um acordo, libera o montante necessário para o pagamento dos fornecedores. É como se a própria instituição pagasse a conta e a companhia, por sua vez, zera sua dívida com os fornecedores e passa a dever para o banco — e, claro, com a cobrança de juros.

No caso da Americanas, pelo que se sabe até o momento, houve uso do risco sacado nas negociações da empresa, mas as operações não foram registradas de forma correta nos balanços contábeis, o que gera dúvidas sobre a solvência da empresa, seu grau de endividamento e traz insegurança aos investidores.

Ao divulgar o fato relevante, a empresa afirmou estimar que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial“. Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro.

No sábado (14), porém, a companhia divulgou um comunicado informando que a Justiça concedeu uma Tutela de Urgência Cautelar que determina, entre outras medidas, a interrupção de quaisquer cláusulas contratuais que imponham o pagamento antecipado de dívidas da empresa e a incidência de juros durante esse período. Na decisão, o juiz diz que a dívida da Americanas pode chegar a R$ 40 bilhões.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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