Em meio ao processo de recuperação judicial iniciado no último dia 19 de janeiro, a Americanas, uma das maiores varejistas do país, teria começado a fazer cortes de pessoal nesta terça-feira (31).
Os cortes, neste primeiro momento, devem envolver terceiros, segundo apurou a Folha de S.Paulo, mas também serão estendidos ao pessoal contratado em regime CLT que trabalham no Rio de Janeiro, sede da companhia – que foi fundada em 1927 por imigrantes americanos.
A próxima etapa deve ser São Paulo, onde está concentrado o maior número de lojas e CDs (centros de distribuição) da varejista.
Em outras praças, onde existem menos pontos de venda, como em Porto Alegre, por exemplo, as demissões já atingem funcionários com menos de um ano de casa, apurou a Folha.
“Nós já temos conhecimento que as demissões começaram, mas a empresa não se comunica e deixa os funcionários aflitos, em estado de apreensão“, disse Nilton Neco Souza da Silva, representante dos comerciários da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre.
Posicionamento da empresa
Procurada, a Americanas disse – por meio de sua assessoria, que em breve emitirá um comunicado oficial a respeito do assunto.
Dificuldade
Uma dificuldade adicional para os cortes é que, na pressa em apresentar a sua recuperação judicial, para não ter recebíveis bloqueados por bancos credores, a Americanas não incluiu os funcionários no processo. Ou seja, o valor devido aos trabalhadores dispensados não poderá entrar no processo de recuperação judicial e deverá ser pago normalmente pela empresa.
A varejista soma cerca de R$ 43 bilhões em dívidas com credores. São cerca de 45 mil funcionários diretos e aproximadamente 60 mil indiretos.
Fechamento de lojas
A Folha apurou que os cortes devem ocorrer, principalmente, devido à necessidade de fechamento de lojas. Os números são incertos, mas existe a expectativa que ao menos 30% dos pontos de venda fechem as portas, a fim de reduzir os custos fixos com aluguel e pessoal.
O último balanço da varejista, referente ao terceiro trimestre de 2022, indicava uma rede com 3.601 pontos de venda, incluindo as franquias do Grupo Unico (Imaginarium, Puket, MinD e LoveBrands) e da Local (que, junto com as lojas BR Mania, integravam a joint venture Vem Conveniência, desfeita pelo grupo Vibra no último dia 23), além das lojas da rede de hortifrutis Natural da Terra. Esses pontos, porém, não estão envolvidos na recuperação judicial.
As lojas que podem ser fechadas pertencem aos 1.017 pontos no formato tradicional e 783 no formato Express. Elas somam quase 1,3 milhão de metros quadrados.
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