Variedades

Americanas: consumidor perde algum direito com recuperação judicial?

Empresa confirma a dívida de R$ 43 bilhões a credores e protocolou pedido de recuperação judicial

O rombo contábil de R$43 bilhões da Americanas, descoberto nesta semana, fez com que a empresa entrasse com um pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19 de janeiro). Mas como isso afeta o consumidor final?

A empresa fica desobrigada de prestar algum serviço? A entrega dos produtos segue da mesma forma? Caso alguma coisa saia do combinado, o consumidor pode buscar seus direitos?

O advogado especialista em Direito do Consumidor na era digital e sócio do Meu Curso Educacional, Marco Antonio Araújo Júnior, explica que a recuperação judicial é uma medida que tem efeito entre a empresa devedora e seus credores e que nada disso interfere o consumidor final.

Não há nenhuma suspensão dos deveres da empresa com relação aos direitos do consumidor, que não perde nenhum direito em razão da empresa estar sob o efeito de uma recuperação judicial”, explica.

Descumprimento do Código de Defesa do Consumidor pode gerar punições

Durante um processo de recuperação judicial a empresa continua exercendo normalmente a sua atividade comercial. Logo, ela segue tendo que cumprir todas as suas obrigações com o consumidor final e estará sujeita a punições caso haja algum descumprimento.

Se de fato a empresa descumprir algum contrato ou o Código de Defesa do Consumidor, caberá ao consumidor acionar os órgãos e, no limite, propor uma ação contra a empresa”, apontou.

No entanto, Marco Antonio afirma que é prudente que o consumidor fique atento em sites como o Procon ou o Reclame Aqui para saber se a Americanas estará cumprindo de fato com o combinado e ficar atento com preços muito abaixo dos praticados pelo mercado.

Naturalmente o consumidor tem que ficar atento a questões relacionadas a preços muito divergentes dos preços realizados no mercado e verificar se a empresa tem cumprido o prazo de entrega e aquilo que foi combinado com os demais consumidores dentro do esperado”, encerrou.

Recuperação judicial

A Americanas protocolou pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada em Fato Relevante publicado pela companhia. No documento, empresa confirma a dívida de R$ 43 bilhões a credores e pede à Justiça prazo de 48 horas para apresentar a lista completa de seu 16.300 credores.

No documento, a companhia afirma que a solicitação foi feita “a despeito dos esforços e das medidas que a administração vem tomando nos últimos dias, em conjunto com seus assessores financeiros e legais, para proteger a Companhia dos efeitos decorrentes da descoberta de financiamentos de compras da dimensão de R$ 20 bilhões não adequadamente refletidos nas demonstrações financeiras“.

O pedido de recuperação judicial considera “os desafios da Companhia na interface com credores e fornecedores desde a ocorrência de tais fatos”, “as necessidades de atendimento, de forma adequada e organizada, dos interesses de seus credores, acionistas e stakeholders” e “a necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade a seus clientes, dentro dos compromissos assumidos pela Companhia e da manutenção da continuidade de seu negócio e sua função social“.

O texto destaca ainda que “na presente data, a posição de caixa disponível à Companhia reduziu-se sobremaneira“, sendo que o pedido de recuperação é feito “em caráter de urgência”.

No Fato Relevante, o grupo de acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – informou ao Conselho de Administração “que pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, – americanas.com – , da Ame e suas demais coligadas“.

A Companhia manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos“, complementa.

Por fim, a empresa afirma que o pedido de recuperação judicial será submetido à votação e aprovação em Assembleia Geral de acionistas, mas a data não foi informada.

Com informações da Valor e da Istoé*

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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