O governo federal está alinhando o discurso em defesa da reforma da Previdência, que deve ser votada neste mês de fevereiro. Aliados do presidente Michel Temer explicam [em tom de ameaça] que, sem novas regras para concessão de aposentadorias, o sistema pode falir e comprometer outras áreas importantes, como Saúde e Educação.
Na semana de aniversário da Previdência Social, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, comentou sobre o assunto e afirmou que a continuidade do pagamento das aposentadorias depende do fim dos privilégios.
“O Brasil precisa de uma reforma da Previdência que garanta o pagamento daqueles que já estão aposentados e dos que ainda vão aposentar-se. E isso, com esse modelo que nós temos, não acontecerá”, destacou Padilha.
Na mesma linha, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, lembrou da situação complicada da Previdência nos estados brasileiros. Segundo Meirelles, o governo vai trabalhar para esse problema não acontecer no sistema de aposentadorias nacional.
“Se o Brasil continuar como está, vamos chegar à situação de alguns estados como o Rio de Janeiro, que teve dificuldade de pagar aposentadorias. Situação igual a de alguns países do sul da Europa, que tiveram que cortar o valor da aposentadoria. No Brasil, nós vamos garantir o direito de que todos se aposentem”, afirmou o ministro.
Rombo previdenciário
A Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda apresentou recentemente os números relativos ao setor no ano passado.
De acordo com o balanço, contando os gastos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos (RPPS) da União, o rombo na Previdência chegou a R$ 268,79 bilhões. A parcela do prejuízo causado somente pelo INSS em 2017 supera os R$ 182 bilhões. No caso dos servidores da União, o rombo foi de mais de R$ 86 bilhões no ano passado.
Ainda segundo a Secretaria, o rombo previdenciário pode alcançar a marca de R$ 192,84 bilhões em 2018, apenas contando o Regime Geral do INSS.
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