O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB-RN), voltou a defender a ivermectina e afirmou que vai investir no medicamento para combater o avanço da Covid-19 no município. Afirmação aconteceu durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22/02), na sede da prefeitura.
O gestor também adiantou que pretende abrir mais 20 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Campanha de Natal ainda na tarde desta terça, 23 de fevereiro.
A medicação é considerada pelo prefeito como “grande saída” para combater a pandemia existente. Álvaro classificou tal medida como “tratamento precoce”, apesar da comunidade científica não a reconhecer como tal.
A ivermectina, de acordo com o prefeito, terá o estoque renovado em todos os pontos de distribuição, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS) – que a partir de agora, funcionam em horário estendido.
Fabricante da ivermectina diz “não haver evidência” de que medicamento funcione contra Covid-19
A farmacêutica alemã Merck, responsável pela fabricação da ivermectina, afirmou que não existem evidências sobre a eficácia do medicamento contra a Covid-19.
Segundo a empresa, cientistas continuam a examinar as descobertas de todos os estudos disponíveis e emergentes sobre o efeito da remédio contra a doença causada pelo coronavírus, mas, até o momento, não há nenhuma base científica que aponte efeitos positivos em pacientes. A nota oficial pode ser conferida clicando aqui.
Em julho de 2020, a Anvisa também divulgou comunicado sobre o vermífugo, indicando que não há medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da Covid-19 no Brasil. A orientação da agência é seguir a indicação da bula do remédio e procurar orientação médica.
A ivermectina é um vermífugo usado para promover a eliminação pelo corpo de vários parasitas. É um medicamente aprovado para o tratamento oncocercose, elefantíase, pediculose, ascaridíase e escabiose.
Campanha eleitoral
O prefeito de Natal apontou a campanha eleitoral de 2020 como a responsável pelo aumento de casos de Covid-19 na capital potiguar. O gestor relembrou que pediu, na época, a suspensão de campanha eleitoral a fim de evitar o aumento de casos.
No entanto, a medida foi questionada por alguns candidatos à Prefeitura do Natal e o caso foi parar na Justiça, que acabou suspendendo o decreto que inviabilizava campanhas na capital, publicado e assinado por Álvaro Dias.
“O que aconteceu naquela época resultou nesse caos que estamos vivendo na cidade. A campanha política em Natal e nos demais municípios do interior se transformaram em um verdadeiro carnaval, como se tudo estivesse normal. A partir dali começou a ter um novo aumento de contágio, que continuou com as festas de fim de ano”, afirmou.
No período eleitoral, o próprio Álvaro participou de evento político com pessoas sem máscaras e sem o distanciamento mínimo de 1,5 metros entre os presentes.
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