Considerada uma epidemia global pela organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade infantil atinge cerca de 41 milhões de crianças menores de cinco anos em todo o mundo, conforme dados recentes da Organização, que apontam ainda como causa do problema as mudanças no comportamento da sociedade que privilegiam dietas não saudáveis e o sedentarismo.
No Brasil, desde maio deste ano já está em vigor a Lei 13.666/2018 que inclui nos currículos do ensino fundamental e médio o assunto Educação Alimentar e Nutricional nas disciplinas de ciências e biologia. A intenção da nova legislação é destacar os benefícios de uma nutrição equilibrada e reduzir a obesidade infantil, além de assegurar informações sobre alimentação saudável aos cidadãos o quantos antes.
É ideal que a conscientização com o consumo saudável de alimentos acompanhe o processo de crescimento das crianças e desde já seja colocado em prática. A educação alimentar deve começar no ambiente familiar e ser acompanhado pelo trabalho feito nas escolas. Em casa, por exemplo, uma dica é fazer com que os pequenos ajudem no preparo das refeições, como escolhendo legumes, verduras e quais frutas serão inseridas no cardápio. Esse momento é ideal para experimentar as cores, texturas e outras características dos alimentos utilizados nas receitas.
Além da família incentivar uma alimentação saudável, ela também precisa estar sempre acompanhando como é esse processo dentro das escolas. Essa é uma dica da Nutricionista e coordenadora da Universidade Cruzeiro do Sul, Marta Carneiro. Para a especialista, é importante também se preocupar com o que as crianças estão bebendo. “Crianças pequenas já estão bebendo suco e refrigerante. E isso só acontece porque os pais permitem. É importante incentivar que elas bebam água”.
Nas escolas fazer uma roda de conversa sobre a alimentação preferida das crianças, registrar os alimentos consumidos com maior frequência na família, identificando semelhanças entre os hábitos alimentares dos estudantes podem ser boas práticas. É importante esclarecer também sobre cuidados como: beber água filtrada, cortas unhas e lavar sempre as mãos antes das refeições pois, para ter uma boa saúde, é necessário cuidar também da higiene pessoal.
A escola deve se envolver
Mostrar aos pequenos que alguns alimentos devem ser consumidos com moderação também é importante. Porém, esse tipo de trabalho não deve ficar restrito à Educação Infantil. É importante que as escolas deem valor à construção de hábitos saudáveis, colocando esse tema como componente curricular em todas as etapas da Educação Básica.
A Escola Águia do Saber funciona com o ensino integral e por esse motivo as refeições são preparadas na própria escola. Para auxiliar na alimentação dos alunos, a escola conta com o auxílio de uma nutricionista e dispensa qualquer produto que seja industrializado. “Todas os nossos pratos são feitos no forno e com alimentos naturais. Para isso, utilizamos o que plantamos na nossa horta”, explicou Rejane Felício coordenadora pedagógica da instituição.
Segundo a educadora, tudo que é feito na horta conta com a ajuda das crianças. “Além das crianças cuidarem da horta, em sala de aula, elas também aprendem sobre hábitos saudáveis. Aqui na escola nos preocupamos muito com isso. Alimentação saudável faz parte de nossa rotina”, conclui.
A tarefa de alimentar bem uma criança pode ser simples, mas nem sempre é fácil para os pais e escola. Afinal, não basta apenas retirar doces da dieta dos pequenos. Para que a nutrição infantil seja completa, é necessário saber a hora certa de introduzir alimentos e tornar o cardápio atrativo para a criança. Os profissionais que auxilia pais e escolas nesse processo são os nutricionistas.
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