Um advogado foi preso nesta sexta-feira (10) por garantir que poderia exercer influência sobre decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), exigindo dinheiro em troca. A ação que prendeu o advogado em Brasília foi deflagrada pela Polícia Federal na operação “Mercador de Fumaça”, em razão dos crimes de tráfico de influência e exploração de prestígio serem conhecidos no jargão policial como “venda de fumaça”.
Segundo informações da Polícia Federal, o mediador jurídico, que não teve o nome revelado, “teria cobrado a quantia de R$ 2 milhões de um prefeito que havia sido afastado do cargo. Parte dos valores seria utilizada para o pagamento de assessores de ministros de tribunais superiores, para viabilizar uma decisão favorável que proporcionaria um rápido retorno do prefeito ao cargo”, disse.
Ainda de acordo com a Polícia, o advogado alegou que parte do valor pedido para assessorar o político, serviria para pagar funcionários que trabalham no gabinete de ministros das Cortes Superiores. A PF também informou que não foi descoberto nenhuma participação de servidores públicos no esquema, como informado pelo advogado.
A prisão decretada pelo Ministério, sob o argumento de preservar a ordem pública, foi autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília. O acusado também responde inquéritos por praticar o mesmo crime. Ele mesmo já havia confessado ter cometido o esquema de manipulação em tribunal superior.
O advogado responderá pelo crime de exploração de prestígio, que prevê pena de um a cinco anos de reclusão em caso de condenação, podendo ser aumentada em um terço.
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