O Brasil é um dos países com o maior número de mortes no trânsito. Segundo o relatório anual do Seguro DPVAT, em todo o ano de 2019, 40.721 pessoas morreram em decorrência de acidentes com automóveis. Muitos deles ocasionados por imprudência dos motoristas, excesso de velocidade e desrespeito às leis.
Os dados de 2020 ainda não estão consolidados, entretanto, devido à pandemia do novo coronavírus, houve queda no número de acidentes e mortes em diversos estados, uma vez que as medidas de contenção da crise sanitária reduziram a circulação de veículos nas estradas e nos perímetro urbanos.
No estado de São Paulo, por exemplo, os acidentes caíram 30% e as mortes 22% durante a quarentena, em relação a 2019. A queda foi a maior já registrada desde 2015, no período de 24 de março a 30 de junho.
No Rio Grande do Sul, o primeiro quadrimestre de 2020 apresentou redução de 16% no número de vítimas na comparação com o ano passado. Em abril, especificamente, houve o menor número de mortes no trânsito da série histórica, desde 2007.
E no interior do Ceará, estima-se que a queda nos acidentes de trânsito chegue a 81% durante a pandemia, considerando a diminuição dos atendimentos relacionados a estas ocorrências nos hospitais locais e a situação nas rodovias estaduais – em maio, os acidentes caíram 70% e a quantidade de feridos foi 62% menor, em comparação ao mesmo período de 2019.
Seguindo no sentido contrário, é provável que, neste ano, a Covid-19 mate mais pessoas no país do que o trânsito, pois o quantitativo de óbitos pela doença superou os 96 mil no início de agosto, mais do que o dobro registrado nas estradas em 2019.
Com as medidas de flexibilização que estão sendo adotadas, o movimento das vias vai voltando ao normal e trazendo a preocupação antiga com os riscos, além de configurar a dificuldade de manter a baixa dos índices de acidentes conquistada com o isolamento social.
Para o setor de transporte terrestre, este cenário se torna ainda mais desafiador, pois é parte do dia a dia do negócio. Um dos caminhos adotados pelas empresas para agregar maior segurança e desempenho operacionais à gestão de frota é recorrer à tecnologia.
Para Rodrigo Mourad, presidente da Cobli, empresa especializada em tecnologia, serviços em gestão de frota e logística para transporte, o mercado oferece ferramentas que podem contribuir para manter a queda das ocorrências.
“A tecnologia provê um entendimento maior dos riscos e permite criarmos processos para evitá-los. Quando um gestor de operações passa a ter visibilidade sobre quais comportamentos estão colocando a sua operação em risco, seja no modo de condução, bairros e horários, ele é capaz de trabalhar para reduzi-los”, explica.
É possível monitorar remotamente e, praticamente, em tempo real a movimentação dos veículos em campo para entender como ocorre o modo de condução dos motoristas, atuar para garantir que as velocidades das vias sejam respeitadas e estimular práticas de direção defensiva.
“Isto evita acelerações, frenagens e curvas bruscas. Investir em treinamentos para que esses conhecimentos sejam disseminados pelas equipes de campo é essencial”, explica Mourad.
Outro recurso desse tipo de tecnologia é o roteirizador de frotas, que direciona o planejamento de campo para caminhos mais rápidos ou mais curtos, para a definição de horários de saída e de chegada, entre outros fatores.
“A otimização de rotas é uma grande aliada. Não importa quão bem você dirige, menos tempo na rua reduz a sua exposição a outros motoristas e causas de acidente”, afirma Rodrigo Mourad.
Quanto mais completo o sistema, maior o número de informações disponibilizadas para garantir a segurança de motoristas e veículos.
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